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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Rússia - Moscou


Fernanda na Praça Vermelha em Moscou

Capital da Federação Russa, Moscou é a segunda cidade mais populosa da Europa e a sexta do mundo. Situa-se às margens do Rio Moscovo, que motivou a construção das 49 pontes existentes nos limites da cidade. É um importante centro político, financeiro, cultural e científico.


A Capital russa situa-se às margens do Rio Moscovo

As origens históricas permanecem incertas, mas Moscou já existia anteriormente ao Século XII, quando começou a crescer em população e importância. Em 1278, sofreu o ataque dos mongóis, que aniquilaram quase toda a população. Depois de se recuperar, tornou-se a capital do principado de Vadimir Suzdal, para o qual migraram refugiados do território russo, dando origem ao poderoso Estado da Moscóvia. Sob o reinado de Ivan I da Rússia, a capital passara de Tver (a qual visitamos) a Moscou, mas em 1712 a capital foi transferida para São Petersburgo. No ano de 1812, com a invasão das tropas de Napoleão, Moscou foi incendiada, forçando Napoleão a retirar-se. Seguiram-se os tempos caóticos que redundaram na criação da União Soviética em 1918, quando Moscou voltou a ser a capital. Quando foi dissolvida a URSS, surgiu a Federação Russa, que manteve a cidade como seu centro administrativo.


A magnífica Praça Vermelha de Moscou

Nossa primeira parada foi até a Praça Vermelha, o ponto central do qual partem grandes avenidas, isto é, o centro de Moscou e, dizem, da própria Rússia. O nome - acho que todos já sabem - não tem nada a ver com a cor vermelha, mas com a palavra ‘bonita’ em russo, que tem duplo significado. Nesta praça ocorreram os grandes desfiles militares dos tempos da União Soviética. 


A preparação de um grande evento na Praça Vermelha

Infelizmente, a Praça Vermelha estava quase totalmente cercada, quando lá estivemos, devido à construção de arquibancadas e outras construções de apoio, em função da preparação da mesma para um festival que iria acontecer dentro de pouco tempo, envolvendo bandas e orquestras militares de todo o mundo. Assim, o acesso e, por conseqüência, as fotos ficaram prejudicados. 


Aguardem! Estamos em obras!

Entrada da Praça Vermelha pelo belíssimo Portão da Ressurreição

Perto da muralha do Kremlin, na Praça Vermelha, vemos o Mausoléu de Lenin, onde se encontra o corpo do líder da antiga URSS. O mausoléu tem a forma de pirâmide, nas cores vermelha e preta, que representam o sangue e o luto. O local pode ser visitado rapidamente, mas não são permitidas fotos.


Ao fundo, à esquerda, vê-se o Mausoléu de Lenin, com certa limitação de acesso em função das obras

Na Necrópole da Muralha do Kremlin, ainda do lado da Praça Vermelha, estão enterrados os expoentes da história soviética, como o astronauta Iuri Gagárin, o escritor Gorki, Stális, Brejnev e o Presidente Konstantin Chernenko, o último a ser lá enterrado. Infelizmente não consegui fotografá-los.


Ao fundo, seguindo-se à direita da Torre do Salvador, ao longo da muralha, encontra-se a Necrópole da Muralha do Kremlin (atrás das arquibancadas)

A Catedral de São Basílio, mais do que o Kremlin, parece-me ser o melhor ícone de Moscou. Foi construída entre 1555 e 1561, por ordem de Ivan, o Terrível, para comemorar a conquista de uma cidade. Diz a lenda que Ivan cegou o arquiteto, para que não fizesse outra construção magnífica como esta. A idéia para o projeto da catedral era representá-la na forma de uma fogueira, cujas labaredas subiriam aos céus. As cores das paredes e das cúpulas em forma de cebola parecem sugerir esta fogueira, sendo o resultado final algo original e surpreendente. A catedral integra o Museu Histórico do Estado. Nela se encontra a tumba de São Basílio.


Ao fundo, a incrível Catedral de São Basílio

As cores e o formato das cúpulas sugerem uma fogueira que sobe aos céus...

A Catedral de Kazan, ou a Igreja de Nossa Senhora de Kazan, teve a sua construção inicial em 1625, sendo esta destruída e reconstruída inúmeras vezes. Na década de 1990 foi restaurada segundo as suas linhas arquitetônicas originais.


A Catedral de Kazan na Praça Vermelha

O Museu Estatal de História, um belíssimo prédio de tijolos vermelhos, na verdade, foi construído no Século XIX, embora aparente ser bem mais antigo.


O Museu Estatal de História é mais um destaque da Praça Vermelha

O prédio da GUM (sigla de Loja Universal Estatal) é um Shopping Center localizado em frente à Praça Vermelha. Antigamente era um grande mercado, onde se praticava trocas. Hoje é um lugar que vive repleto de locais e turistas.


Um prédio cheio de estilo para compras e refeições em frente à Praça Vermelha

Turistas e mais turistas...

Arredores da Praça Vermelha: hora de ir até a próxima atração...

Fomos até a Catedral de Cristo Salvador, inaugurada em 1883. Nela foi coroado o Imperador Alexandre III. Foi dinamitada pelos soviéticos em 1933, por ser considerada um símbolo dos czares. Mas, com o final da URSS, após um forte movimento, a igreja foi reconstruída como a original, sendo reinaugurada no ano 2000.


A Catedral de Cristo Salvador, uma igreja ortodoxa

Vista de uma das fachadas da Catedral de Cristo Salvador

Detalhe das esculturas que ornam com esmero a Catedral

Interior da Catedral: esta foto e a próxima quase me custaram o pescoço! É proibido fotografar e um segurança veio furioso pra cima de mim, me repreendendo! Ainda bem que não entendo russo e nem ele o português...

Os lindos afrescos do teto – o alívio veio dos céus: minha câmera não foi confiscada! Mas tive urgência para achar a porta de saída...

Uma das coisas que mais se vê na Rússia são noivos fazendo fotografias nos locais turísticos, como este casal de nubentes

Perto da Catedral encontra-se a bela Ponte Patriarshy, que atravessa o Rio Moscovo

Vista do Rio Moscovo a partir da Ponte Patriarshy

Passemos ao Kremlin. Esta palavra quer dizer fortaleza ou cidadela, mas também pode se referir ao governo da Federação Russa. Neste caso, é a residência oficial de seu Presidente. Trata-se de um complexo de prédios, incluindo palácios e catedrais ortodoxas, protegidos por uma extensa muralha e torres, cujas paredes exibem a cor vermelha. Esta muralha foi sendo construída ao longo dos anos de 1485 a 1495, mas as torres, em número de 20 atualmente, foram sendo acrescentadas com passar do tempo. 


Rumo ao Kremlin

A Torre da Trindade (direita) é a mais alta do Kremlin e era ligada anteriormente à Torre Kutafya (esquerda), através de uma ponte sobre o Rio Neglinaya, que hoje passa por baixo destas estruturas. A ponte foi famosa por ser por onde passou Napoleão em 1812, tendo sido derrotado após o incêndio de Moscou, estratégia dos russos para derrotá-lo

Passando pela guarda da Torre da Trindade

A mais bonita das torres é a Torre do Salvador, aquela com o relógio (ao fundo)

No interior do Kremlin, estão os seguintes prédios: 

O Palácio do arsenal do Kremlin é usado como museu militar e de artes aplicadas russas, que pode ser visitado comprando-se ingresso. A exposição chamada Fundo dos Diamantes exibe pedras e metais preciosos, que pertenceram aos czares russos, cujos bens lhes foram confiscados. Para esta visita, tem-se que comprar um ingresso específico. As fotos e filmes são rigorosamente proibidos. O palácio foi erigido em 1851. 


O Palácio do Arsenal

O Palácio Estatal do Kremlin tem linhas mais modernas, sendo construído entre 1960 e 1961. Nele são realizados encontros políticos, cerimônias, concertos e apresentações artísticas. O cantor que mais deixou saudades foi Julio Iglesias. Ele representou um elo com o mundo, quando o regime impedia que as pessoas tivessem contato com artistas do outro lado da cortina de ferro...


O Palácio Estatal de arquitetura mais moderna

O Canhão do Czar fundido no ano de 1586, pesando 40 toneladas, situa-se ao pé do Campanário de Ivan III da Rússia

O Sino do Czar original caiu do campanário durante um incêndio em 1701 e se partiu. Este foi mandado construir pela Czarina Ana. Durante outro incêndio no Kremlin em 1737, foi jogada água fria no sino e parte dele se quebrou. Encontra-se exposto ao solo, com a parte quebrada exposta

O Palácio das Facetas, ligado ao Grande Palácio do Kremlin, é o mais antigo, tendo este nome por causa de sua fachada leste, que apresenta pedras em relevo, criando um efeito facetado. Foi construído em 1487, sendo remodelado e reconstruído ao longo dos séculos. Atualmente é usado para festas, embora estas aconteçam com pouca freqüência.


O Palácio das Facetas visto da fachada oriental

O Palácio dos Terems, pela sua localização e por estar conectado ao Grande Palácio do Kremlin, não pode ser visto, senão apenas seus andares superiores, mas do lado de fora da muralha. Não é permitido o acesso do público. Apresenta um telhado xadrez, branco e vermelho. Foi residência dos czares da Rússia, sendo construído entre os anos de 1635 e 1637. Integram o Palácio dos Terems cinco pequenas igrejas palacianas, identificadas pelas 11 pequenas torres em forma de cebolas douradas. São elas a Igreja da Natividade, a Igreja de Catarina, a Igreja da Ressurreição, a Igreja Superior do Redentor e a Igreja da Crucificação.


As torres douradas que pertencem às cinco igrejas palacianas do Palácio dos Terems

O Grande Palácio do Kremlin foi construído sobre uma colina entre os anos de 1838 e 1850, com fachadas que apresentam elementos da arquitetura medieval russa e a bizantina. Este palácio foi a residência principal dos czares e de suas respectivas famílias. Como o palácio é usado como residência oficial do Presidente da Rússia, este não pode ser visitado. Mas uma visita programada em grupo pode ser feita, mas o custo é bem alto. Os belíssimos salões podem ser vistos através da Internet.


O Grande Palácio do Kremlin (ao fundo) e, no mesmo plano, a Catedral do Arcanjo São Miguel (direita), construída entre os anos de 1505 e 1508, tendo sido nela sepultados vários czares russos

A Catedral da Anunciação, situada na Praça das Catedrais, dentro do Kremlin, foi construída entre 1484 e 1489, possuindo 9 cúpulas douradas

A Catedral da Assunção foi construída por Ivan, o Grande em 1470, nela havia coroações de príncipes e era onde os sepultavam após a morte

A Catedral da Dormição, construída entre 1475 e 1479, é a principal igreja da Rússia. Exibe grandes cúpulas douradas, combinando o estilo renascentista e o russo. Nela foi coroado em 1547 o primeiro czar russo: Ivan, o Terrível. Dormição, segundo as tradições ortodoxas, tem o significado de morte e subseqüente ressurreição de Nossa Senhora

O Campanário de Ivan III da Rússia, do ano de 1600, salienta-se como sendo o prédio mais alto do Kremlin, com a sua torre direita elevando-se para o céu, possuindo paredes brancas

A Igreja da Deposição das Vestes da Virgem, construída no Século XV, era usada como capela privada pela Família Imperial Russa

A Igreja dos Doze Apóstolos (centro) é uma pequena catedral do Kremlin, construída em 1653

Depois, fomos conhecer o Metrô de Moscou, inaugurado em 15/05/1935 pelos soviéticos, na era de Stalin, que era chamado de Palácio do Povo. O Metrô transporta mais de 5 milhões de pessoas por dia! A rede toda é formada por 206 estações e distribuídas por 12 linhas, identificadas por cores diferentes. Visitamos algumas das estações mais importantes, executadas com materiais nobres, como mármore ou granito. A decoração abrange murais, mosaicos, esculturas e lustres. As estações estão sinalizadas nas ruas com a letra M. 


Este prédio fica ao lado da estação Kiyevskaya, por onde começamos o nosso tour, a qual se situa nas imediações do restaurante e café Mu-Mu (escrito em russo My-My), que oferece especialidades russas, tipo bufê, a um bom preço

Descemos a escada que leva ao metrô, acompanhando a nossa guia em Moscou, que já havia providenciado a compra de bilhetes. Depois, seguimos na direção da plataforma, validamos o bilhete no leitor, descemos a escada rolante, até uma placa para lermos as indicações das plataformas e esperamos pelo metrô. Todas as indicações são em russo; logo, pegar o metrô pode ser bem complicado, sem uma orientação prévia. A nossa guia nos orientou como proceder, por isso foi mais fácil. Ao longo do tempo, descemos em algumas estações, aqui registradas:


Estação Kiyevskaya, Linha 3 (Azul), a decoração desta bela estação enfatiza aspectos da história da Ucrânia

Um belo painel sobre a Ucrânia na Estação Kiyevskaya

Estação Ploshchad Revolyutsii, Linha 3 (Azul), construída em 1938, destaca-se pelas 76 estátuas de habitantes da União Soviética, que repousam sob elegantes arcos de mármore

Uma das 76 estátuas de bronze da Estação Ploshchad Revolyutsii

Estação Komsomolskaya, Linha 5 (Marrom), tem como tema a história militar russa

Detalhe da decoração da Estação Komsomolskaya

Estação Prospekt Mira, Linha 5 (Marrom), apresenta em sua decoração aspectos da agricultura da antiga União Soviética, mesclando elementos da arquitetura clássica grega e da imperial russa

Estação Novoslobodskaya, Linha 5 (Marrom), projetada em 1952, é conhecida pelos seus belos vitrais, com molduras em bronze

Um dos belos vitrais da Estação Novoslobodskaya

Placa indicativa das paradas do metrô dentro do vagão de passageiros

Escada rolante: cuidado! Mantenha-se sempre do lado direito, pois o esquerdo é usado para os que têm muuuuita pressa!

À noite, fomos assistir ao espetáculo de dança folclórica do Ballet Nacional Russo Kostroma. O grupo chamado ‘Gjel’ nos transportou a uma viagem musical coreografada, através dos tempos e de diferentes regiões da Rússia, com seus folclores e vestimentas típicas, enfatizando com maestria a rica diversidade cultural do país. O espetáculo foi realizado no anfiteatro do Centro de Congressos da Universidade Plekhanov em Moscou.
















Na manhã de domingo, fomos de excursão a Kolomenskoye, uma antiga residência de veraneio dos czares da Rússia, hoje um museu nacional, situado num distrito ao sudoeste de Moscou, junto ao Rio Moscovo. Antes, paramos num mirante, no alto de uma colina, o qual faz parte do complexo da Universidade Estatal de Moscou, com uma vista espetacular da cidade. Neste local, além de fotos, as famílias dos recém-casados costumam depositar flores.


O prédio da Universidade Estatal de Moscou

Vista parcial de Moscou a partir do mirante da Universidade de Moscou, tendo como destaque o Estádio Olímpico de Lujniki

Vista de Moscou tendo à esquerda os prédios modernos do Centro Internacional de Negócios

Visita a um museu ao ar livre. A antiga aldeia de Kolomenskoye, segundo a lenda, teria surgido no Século XIII. Nesta aldeia os primeiros palácios não chegaram à modernidade, mas as construções da época da dinastia dos Romanov conseguiram chegar até nós. O prédio mais antigo, construído no Século XVI, é o da Igreja da Ascensão, considerada uma jóia arquitetônica, na forma piramidal, em pedra branca, que foi erguida em homenagem ao nascimento de Ivan, o Terrível, filho de Basílio III de Moscou. 


Entrada para o museu ao ar livre em Kolomenskoye

Vista aérea da Igreja da Ascensão, que possui a forma piramidal – Foto: Marina Lystseva – Fonte: Wikipedia

O primeiro palácio de madeira havia sido erguido pelo czar Alexis, mas foi demolido por Catarina, a Grande, em 1768, que construiu outro, mas em pedra e tijolo. O palácio original de madeira foi reconstruído em 2010, situando-se perto da Igreja da Assunção. O palácio de Catarina já havia sido demolido em 1872, e apenas algumas partes dele ainda permanecem na atualidade.


O palácio reconstruído do czar Alexey Mikhailovich fornece uma ideia de como vivia a realeza russa no século XVII

Detalhe do palácio do czar, que exibe uma arquitetura magnífica executada totalmente em madeira

A cúpula verde no telhado é um elemento arquitetônico do palácio surpreendente...

A sala principal

A Sala de Banquetes

O czar Alexey Mikhailovich naturalmente tem o seu lugar exclusivo...

Apresentação realista das comidas servidas naqueles tempos

Detalhes dos pratos servidos

Lustre sob um teto com pinturas belíssimas

Aquecedor de cerâmica para enfrentar o frio russo

Conferir o detalhe das portas decoradas com ouro

Um magnífico leão dourado

A sala do trono possui leões que rugem e têm olhos que acendem uma luz verde para intimidar a plebe...

Cama encontrada num dos aposentos

Visita à Sala de Banho

Banheira que lembra um ofurô

Como já dito, Kolomenskoye se tornou um museu ao ar livre de arquitetura de madeira tipicamente russa. No período soviético, antigos edifícios de madeira e alguns elementos foram trazidos das cidades originais para Kolomenskoye, como a casa de Pedro, o Grande e a torre do portão do mosteiro de São Nicolau de Korela, para fazerem parte do complexo, integrando-se aos edifícios locais já existentes.

Para finalizar a visita, seguiu-se uma apresentação tendo como tema as vestimentas usadas naquela época, com a participação do público presente, além do oferecimento de vodka numa espécie de xícara de madeira, acompanhada de um tira-gosto tipicamente russo.


Trajes da época dos czares russos

Danças do tempo dos czares, com a participação dos visitantes

Para finalizar, uma síntese dos principais souvenires russos

Alguns lenços com desenhos de flores que remetem ao folclore tradicional russo

Não esquecendo a mascote da Copa do Mundo 2018: o lobo Zabivaka

A cidade de Moscou surpreende pela iluminação de seus prédios à noite. Além disso, tivemos a sorte de assistir uma queima de fogos diante da janela do nosso quarto do hotel. Melhor despedida impossível! Спасибо, Москва! Spassíba, Moscou!