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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Itália - Veneza - Ilhas




As três ilhas que visitamos - Burano, Murano e Torcello - estão localizadas na Lagoa de Veneza, ao norte do Mar Adriático. Dentro desta lagoa, encontra-se Veneza, cidade construída sobre 118 pequenas ilhas separadas por 160 canais e ligadas por mais de 400 pontes.



MURANO

Murano

Murano é um arquipélago, isto é um conjunto de sete ilhas menores, duas delas artificiais interligadas por pontes, situado a cerca de 1 km de Veneza. Foi dominada pelos venezianos a partir do Século XIII, época em que todos os cristaleiros de Veneza se mudaram para lá, a fim de evitarem o perigo de incêndios causados pelas altas temperaturas das fornalhas, pois os prédios de Veneza eram quase todos construídos em madeira. Nos séculos seguintes, Murano tornou-se o maior centro de produção de cristal da Europa.


O nosso passeio pelas ilhas de Veneza começou no píer da Alilaguna em frente aos Jardins Reais

Partimos do píer da Alilaguna em Veneza, situado em frente aos Jardins Reais, perto da Praça de São Marcos, cuja travessia durou cerca de meia hora, até chegarmos ao Grande Canal de Murano. 


Na Lagoa de Veneza cruzamos as ilhas de San Giorgio Maggiore, San Servolo, San Lazzaro degli Armeni, os Jardins de Sant'Elena e Lido

Lido é uma ilha que, além de ser um centro turístico e balneário, é onde se realiza o Festival Internacional de Cinema de Veneza

Murano revela-se um lugar bem mais tranquilo, se compararmos à agitada Veneza, embora muitos turistas a visitem diariamente. Entre as atrações da ilha está a Basílica de Santa Maria e São Donato, construída no Século XII, conhecida pela sua abside com colunatas, os lindos mosaicos bizantinos e por guardar os ossos de um dragão que matou São Donato.


A ilha de Murano: ao centro vemos o campanário da Basílica de Santa Maria e San Donato

O farol de Murano foi construídos nos Anos 1930

Visitamos uma fábrica de vidro soprado, a Ferro & Lazzarini, situada na Fondamenta Navagero Andrea, embora já conhecêssemos a técnica lá de Veneza, ocasião em que foram explicadas as técnicas de produção de vidros, além de referirem a existência de uma certificação, que foi criada para fazer frente às falsificações, chamada Vetro Murano Artistico.


Fachada da fábrica Ferro & Lazzarini

Visita à fábrica de vidro soprado

Depois, conhecemos a loja da empresa. O cristal murano é feito artesanalmente, com a técnica de assoprar o vidro. Os muranos se caracterizam por apresentar cores vivas, algumas mescladas, através de uma técnica dominada há séculos. Os lustres são realmente fantásticos. Há tudo o que se pode desejar: vasos, adornos, copos, joias ou bijuterias, espelhos... Murano é o lugar certo para a compra de cristais.


Os cristais de Murano são belíssimos

Sob o sol de Murano

Barcos no Canal de Murano

Tarde em Murano

Turistas observam as vitrines das inúmeras lojas de cristais 

BURANO


A colorida Burano

Burano é constituída por quatro pequenas ilhas ligadas entre si através de pontes e está situada na Lagoa de Veneza, a cerca de 7 km desta cidade. Visitando primeiramente Murano, localiza-se a nordeste desta ilha, a 10 km e cerca de 30 minutos de barco. Recebeu seu nome no Século VI, sendo posteriormente administrada por Torcello, outra ilha que visitamos. 


O centro de Burano com suas lojas e restaurantes

Burano é conhecida pelas casas de fachadas coloridas enfileiradas ao longo dos canais repletos de pequenos barcos, tornam o lugar ainda mais pitoresco. As cores das casas seguem um sistema antigo, em que o morador quando queria pintar a sua casa, fazia um pedido ao governo, o qual determinava as cores permitidas para tais e tais lotes.


Casas enfileiradas, canais e barcos formam o cenário de Burano

Entre os Séculos XVI e XVIII, Burano ficou conhecida pelas rendas executadas pelas mulheres locais, sendo este produto exportado para toda a Europa. No Século XIX, foi aberta uma escola, para que esta indústria artesanal consolidasse a tradição com a mesma qualidade. Porém, a maneira tradicional foi aos poucos sendo deixada de lado, pelo longo tempo necessário para a fabricação das peças. Hoje são utilizados métodos mais práticos e modernos.


A execução de um trabalho de renda na Merletti dalla Olga

A técnica do merletto buranese tem suas origens no Século XVI

As rendas são o ponto alto de Burano. Visitamos a loja Merletti Dalla Olga, em que uma senhora executava um trabalho de renda com uma técnica chamada de merletto buranese.


O Museu del Merletto conta a história das rendas

O Museo del Merletto ou Museu das Rendas foi criado a partir das instalações, documentos e desenhos existentes na antiga Scuola dei Merletti di Burano, fundada em 1872 pela Condessa Andriana Marcello, cujo ensino objetivava revitalizar e dar continuidade à tradição da fabricação das rendas da ilha. O Museu possui quatro salas onde são apresentadas as origens das rendas no Século XVI e a evolução da moda desde o Século XVII até o Século XX.


O campanário inclinado da Igreja de San Martino

A única igreja da ilha é a de San Martino, cujo campanário é inclinado, porque as fundações cederam.


A estátua de Baldassare Galuppi em Burano

O compositor Baldassare Galuppi, nascido em Burano, dá o seu nome à rua principal da ilha. 


O colorido das casas de Burano é o seu diferencial


Momento mágico: cisnes nadam no Canal

TORCELLO


A chegada em Torcello

A poucos minutos de Burano está Torcello, uma ilha com construções predominantemente medievais e quase desabitadas. Depois do Império Romano, foi uma das primeiras ilhas a serem alcançadas pelos antigos habitantes do Vêneto, a salvo das invasões bárbaras, especialmente a dos hunos. No passado, Torecello viveu do comércio lucrativo do sal, contudo, depois do Século XII, a lagoa em torno da ilha foi gradualmente se tornando um pântano, impossibilitando a navegação e propiciando infestações de mosquitos que provocavam surtos de malária. Assim, a população abandonou a ilha, radicando-se em Murano, Burano e Veneza.


Torcello é uma ilha tranquila, oferecendo um cenário que remete à sua história

Uma curiosidade sobre Torcello é que nela há uma pousada onde Ernest Hemingway tirava férias e escrevia os seus livros, como parte do livro de 1946 chamado em português de ‘Do Outro Lado do Rio, Entre as Árvores’.


A Catedral de Santa Maria Dell'Assunta é uma das atrações da ilha

A Catedral de Santa Maria dell’ Assunta, construída no Século VII, a mais antiga de Veneza, com seus belos mosaicos retratando o juízo final.


A Ponte do Diabo

A Ponte do Diabo é feita de pequenas plataformas, sem grade de apoio.


Um brinde à Torcello com Bellini

Bellini é um coquetel feito com Prosecco, suco de pêssegos e toques de framboesa, produzido pela vinícola Canella de Veneza. Com ele, brindamos a nossa visita e voltamos à Veneza.



Itália - Paisagens Italianas - Montanhas Dolomitas


Na paisagem dos Alpes italianos, encontramos as Montanhas Dolomitas - Região de Friuli-Venezia Giulia

As Montanhas Dolomitas, situadas no norte da Itália, formam uma cadeia montanhosa nos Alpes orientais, abrangendo parte das regiões italianas de Friuli-Venezia Giulia, Trentino-Alto Ádige e Vêneto. A montanha mais alta é a Marmolada, conhecida como a Rainha das Dolomitas, com 3.343 m de altitude. A dolomita, uma rocha sedimentar, é responsável pelas características e pela cor destas montanhas, que eram conhecidas no Século XIX como as Montanhas Pálidas.


A incidência da luz solar nas Montanhas Dolomitas cria fantásticos pontos luminosos nas rochas - Região de Friuli-Venezia Giulia




Itália - Paisagens Italianas - Lagos


LAGO MAGGIORE


O Lago Maggiore, tendo ao centro a Isola dei Pescatori - Região do Piemonte

O Lago Maggiore é o segundo maior lago da Itália, estendendo-se por uma área de 212 km², com uma profundidade máxima de 370 m. Este lago alpino situa-se entre a Itália e a Suíça.


LAGO DE COMO


A cidade de Como às margens do Lago - Região da Lombardia

O Lago de Como é o terceiro maior lago da Itália, ocupando uma área de 146 km², com uma profundidade de 410 m. Situa-se entre os Alpes e o vale do Rio Pó, na região italiana da Lombardia. Os rios Adda e Mera são os seus afluentes.






sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Holanda - Amsterdã


De volta a Amsterdã!

Amsterdã constava no roteiro da nossa viagem de 2015, ainda que por pouco tempo e com direito ao descanso noturno. O nosso programa desta vez privilegiava os países nórdicos e outros, para nós ainda desconhecidos. Mas deu tempo para os passeios básicos, ressaltando-se alguns aspectos que mereceram menção, e que não constaram na postagem anterior.


O Museu Van Gogh, com as suas intermináveis filas, enquanto aguardávamos o horário agendado

Cultura e Arte. Conseguimos um tempo para conhecer o Museu Van Gogh, cujas entradas foram compradas pela Internet, para evitarmos longas filas. Como havíamos viajado até Auvers-sur-Oise há poucos dias, conhecer a obra do pintor estava na ordem do dia. No primeiro andar, estão expostas as telas do pintor.


A loja e livraria do Museu Van Gogh

Ali perto, o conhecido letreiro I Amsterdam para uma foto de Fernanda

O prédio do centro de compras Magna Plaza

Compras e mais compras. Construído pelo arquiteto Cornelis Hendrik Peters no estilo neogótico, numa mistura de elementos góticos e românticos, o prédio do centro de compras Magna Plaza compõe a lista dos dez monumentos mais valiosos de Amsterdã. Este antigo prédio principal dos Correios, situado entre o Palácio Dam e a Nieuwe Kerke, é uma das atrações de Amsterdã.


Detalhe do interior do Magna Plaza

Pausa para almoço no ‘t Nieuwe Café, situado na Praça Dam, ao lado da Nieuwe Kerk, a Nova Igreja, e no prédio do Ministério.


Almoço light!

Provei a Jillz,uma cidra com cevada e água com frutas vermelhas fabricada pela Heineken. Delícia!

A Schreierstoren fazia parte da muralha de Amsterdã

Um olhar histórico. Amsterdã era uma cidade cercada desde o ano de 1508, depois que as tropas da cidade rival de Utrecht a invadiram com violência. A muralha possuía três portões, sendo que dois deles ainda permanecem, além da ponta, ou melhor, de uma seção do muro, que é a Schreierstoren, onde funciona na atualidade um café. A muralha foi demolida no ano de 1600. Um dos portões remanescentes é o chamado De Waag, que serviu como uma antiga casa de pesagens, abrigando hoje um restaurante e café. Em torno desta construção encontramos o Nieuwmarkt, ou Mercado Novo. 


A Munttoren, ou Torre da Moeda,  fazia parte do segundo portão de Amsterdã

O que restou do segundo antigo portão localiza-se na praça Muntplein e é a conhecida Torre da Moeda ou Munttoren, pois foi lá que começaram a serem cunhadas as primeiras moedas do país. A torre fazia parte do Regulierspoort, o portão sul do muro da cidade. No ano de 1613, destruíram a parte direita do muro para a construção de uma fábrica de vidros. Mas houve um incêndio dois anos depois e restaram apenas a casa da guarda e partes de uma das torres do portão. A torre, que foi reconstruída em 1620, exibe relógios e um carrilhão com vários sinos que tocam a cada quarto de hora.



quarta-feira, 23 de setembro de 2015

França - Auvers-sur-Oise


A Igreja de Nossa Senhora da Assunção em Auvers-sur-Oise

Auvers-sur-Oise, situada no Departamento de Val d’Oise, na região de Île-de-France, está a 30 km de distância de Paris. O nome vem do Rio Oise, que atravessa a cidade. É internacionalmente conhecida por ser o refúgio de pintores impressionistas, como Cézanne, Pissaro, Daubigny e, naturalmente, Van Gogh.


O painel descreve uma resumida biografia de Van Gogh

Nesta pequena cidade, Van Gogh pintou suas últimas telas, durante cerca de setenta dias, falecendo em 29/07/1890, depois de ter atentado contra a própria vida, com um tiro de revólver contra o peito.  Foi sepultado no cemitério desta cidade, junto a seu irmão Theo, que foi enterrado ao seu lado posteriormente.


Na estrada, rumo à Auvers-sur-Oise

Fomos de carro até esta encantadora cidade, saindo de Paris, seguindo a A15, em direção a Cergy-Pontoise, após, seguimos pela A115 em direção a Amiens-Beauvais, depois Méry-Auvers-sur-Oise.


Chegada a Auvers-sur-Oise

É uma cidade calma e acolhedora. De posse do mapa fornecido na Office du Tourisme, caminhamos para conhecer alguns dos monumentos históricos de Auvers-sur-Oise.




A Pousada Ravoux é conhecida como a casa de Vang Gogh, onde se hospedou no ano de 1890. O pintor ocupava um pequeno quarto no sótão iluminado por uma claraboia. A antiga pousada foi restaurada, de modo a conservar o estilo Belle Époque.


Na Pousada Ravoux, Van Gogh viveu os seus últimos dias

Nela atualmente funciona um restaurante com gastronomia do Século XIX, onde Van Gogh fazia suas refeições, e um museu voltado à memória do pintor holandês, que tem como pontos altos o pequeno quarto no sótão, o quarto nº 5, localizado no 2º andar, onde o pintor faleceu. O museu é privado e é cobrado ingresso para a visitação, durante a qual está incluído um filme sobre a passagem do pintor por Auvers-sur-Oise.


Na entrada, a mesa com o vinho cenográfico remete aos tempos de funcionamento da Pousada Ravoux

Como não é permitido fotografar o quarto de Van Gogh, forneci o meu e-mail, para que o museu enviasse as fotos oficiais naquele dia.


À esquerda, vemos o quarto de Van Gogh mobiliado apenas com uma cadeira, recebendo do alto a luz da claraboia, comum aos sótãos

Na loja do museu são vendidos livros e objetos relacionados a Van Gogh

A mesa posta, como nos tempos de Van Gogh. Na caixa, o kit para degustar o absinto

Livros, CDs e outros artigos relacionados com Van Gogh

Assistimos ao filme sobre a passagem de Van Gogh por Auvers-sur-Oise

A Igreja de Nossa Senhora da Assunção, erguida entre os Séculos XII e XIII, foi retratada por Van Gogh, cuja tela está no Museu d’Orsay.


A tela de Van Gogh retrata a Igreja de Nossa Senhora da Assunção

O interior da Igreja de Nossa Senhora da Assunção

Vimos a Casa do Doutor Gachet, na Rue du Docteur Gachet, um médico e colecionar de arte que era amigo de Van Gogh, retratado pelo pintor em várias telas. Esta moradia foi restaurada e está aberta ao público para visitação.


A casa do Dr. Gachet, seu médico e amigo

A reprodução do quadro de Van Gogh retratando o Dr. Gachet

O Hôtel de Ville, a Câmara Municipal de Auvers-sur-Oise, situa-se em frente à Pousada Ravoux.


O Hôtel de Ville de Auvers-sur-Oise

O Hôtel de Ville na visão de Van Gogh

No Parque Van Gogh, situado na Rue du General de Gaulle, está a estátua de Van Gogh, numa representação simbólica e psicológica do pintor, pelo artista escultor Ossip Zadkine. No meu ponto de vista, parece-me um tanto simbólica demais...


Van Gogh na visão do artista Ossip Zadkine

O Castelo de Leyrith, mais conhecido como o castelo de Auvers-sur-Oise, na Rue de Lery, foi construído em 1683 para um banqueiro italiano, sendo ampliado no Século XVIII. Ao redor do castelo existe um belo parque, que abriga um Ninfeu (na Grécia e em Roma era um antigo santuário consagrado às ninfas), uma gruta artificial, que revela uma decoração muito em voga no Século XVIII.


Vista parcial do Castelo de Auvers-sur-Oise

O jardim do castelo, no estilo do Século XVII. Vemos os efeitos da seca sobre a região, que prejudicou a vitalidade das plantas do jardim

O castelo propõe ao visitante um percurso cenográfico chamado Viagem ao Tempo dos Impressionistas, isto é, nele observamos a inserção deste movimento dentro da sociedade parisiense do Século XIX.


Entramos na atmosfera da Paris Haussmann, com seus cafés e cabarés

O nascimento do Impressionismo em imagens e textos

Cenário de uma casa em Paris na década de 1870

O mundo das cortesãs e dos bordéis escondido por detrás das portas

A luxuosa vida social em contraponto à pobreza dos trabalhadores

O mundo do palco e a agitação dos cafés de Paris

Tempo de lazer: as viagens de trem seduzem os impressionistas

A bordo do trem, a tela em movimento cria a ilusão de uma viagem pelas técnicas da pintura

Os viajantes descem: a atmosfera de praia, com barcos, banhistas e pescadores em meio às telas projetadas de Renoir

Monet soube explorar as facetas do elemento líquido na pintura: rios, lagos e mares...

A nossa próxima visita foi ao cemitério, localizado ao norte da cidade.


A entrada do pequeno Cemitério de Auvers-sur-Oise

Junto ao muro estão os túmulos de Van Gogh e de seu irmão Theo, cobertos por heras. Há túmulos de outros pintores, escultores e artistas neste cemitério, cujos túmulos ainda podem ser encontrados.


A simplicidade dos túmulos de Vincent e do irmão Theo os tornam ainda mais grandiosos

Ao redor do cemitério vemos campos de trigo, mas já havia sido feita a colheita. Nesta região Van Gogh pintou o famoso quadro Campo de Trigo com Corvos em 1890.


Campo de trigo, onde a colheita já havia sido feita

Campo de Trigo com Corvos - 1890

A nossa visita durou cerca de cinco horas, incluindo-se o tempo de viagem. Após, retornarmos à Paris.