Vista do Porto Antigo de Dubrovnik, com destaque para o Fort St. John (esq.) |
Dubrovnik
situa-se ao sul da Croácia, na costa do Mar Adriático, onde figura o seu mais importante
porto marítimo. É chamada de ‘A Pérola do Adriático’, estendendo-se no sopé do
Monte São Sérgio. Trata-se de uma cidade medieval rodeada de muralhas bem
conservadas, num perímetro de 2 km, onde prevalece a arquitetura medieval,
renascentista e barroca. Em termos de arquitetura militar, esta é exemplificada
pelas muralhas e fortalezas, com suas torres e bastiões.
Parte das muralhas da cidade medieval, com o Fort Minceta em primeiro plano (dir.) |
Detalhe dos bastiões que se projetam das muralhas |
Vista do Fort St. Lawrence |
A
parte antiga é dividida pela via Stradun, um passeio público, com cafés,
restaurantes e casas do Século XVII muito bonitas. A via une as duas portas das
muralhas, Pile (ocidental) e Ploče (oriental), ambas com a estátua de São Brás
acima delas, que segue o traçado de um antigo canal. A porta de Pile é acessada
através de uma ponte levadiça, sobre um antigo fosso, transformado em jardim.
A Porta Pile conserva os resquícios da ponte levadiça e do antigo fosso |
O
nome Dubrovnik vem do termo lingüístico ‘dubrava’, que significa bosque de
carvalhos, mas numa época mais recente, porque anteriormente era conhecida por
Ragusa. Esta foi fundada no Século VII, embora haja fatos que retrocedam o seu
início no tempo anterior ao de Cristo. Ela teria sido fundada por marinheiros
gregos. Foi invadida por vários povos. Houve um tempo em que Dubrovnik se
governou como um estado livre, destacando-se pela cultura e desenvolvimento
urbanos, por exemplo, ao adotar medidas adiantadas para a época, como serviço
médico, farmácia, asilo, orfanato, hospital e abastecimento de água.
Vista da cidade antiga e de suas muralhas do alto do Monte Sérgio |
Depois
de ter passado pelo domínio austro-húngaro, Dubrovnik foi integrada ao Reino da
Iugoslávia (incluía sérvios, croatas e eslovenos), já com este nome. Depois da
2ª Guerra, tornou-se uma república socialista, só declarando sua independência
em 1991, mas antes passando por inumeráveis dificuldades e conflitos. A maior
parte da população é croata e cerca de 7% de origem sérvia e bósnia.
A cidade medieval tendo ao fundo o Mar Adriático |
Fizemos um tour guiado pelo Centro Histórico, chamado também de Cidade Antiga. Não há tráfego de carros por lá. Possui uma bela arquitetura, alguns dizem ‘ao estilo de Harry Potter’. A rua principal, a Stradun, com 300 m de comprimento, é muito frequentada por turistas e tem a oferecer vários restaurantes, cafés, lojas, artesanatos, chocolates e vinhos. Chama a atenção as portas ‘conjugadas’ com janelas, contornadas por um arco, que parecem se repetir ao infinito ao longo da via...
Stradun é a rua principal da antiga cidade, que une as duas portas das muralhas nas direções opostas Detalhe das portas e janelas conjugadas, que se repetem ao longo da Stradun As ruas transversais são muitas vezes estreitas e íngremes, algumas delas possuem escadarias
Da
Porta Pile, ao começo da avenida, encontra-se o Mosteiro Franciscano com sua
alta torre que se destaca no panorama da cidade. O mosteiro, além da biblioteca
e do museu de artes sacras, abriga a mais antiga farmácia da Europa, que
funciona desde 1391.
À frente, vemos a Grande Fonte de Onófrio, com 16 bicas, a qual se constituía num importante sistema de abastecimento da cidade, cuja água vinha do Rio Dubrovacka, distante 12 km, sendo ainda potável e pode ser bebida pela população.
A Grande Fonte de Onófrio Detalhe de uma das 16 bicas existentes na fonte
Sobre
a arquitetura religiosa, esta é revelada na Igreja de São Brás, o padroeiro de
Dubrovnik, no estilo barroco do Século XVIII, substituindo a antiga em estilo
românico, que se incendiou.
A Igreja de São Brás, o padroeiro de Dubrovnik
A
Catedral da Assunção da Virgem foi construída no estilo barroco, no Século
XVII, substituindo a igreja anterior, do Século XII, que foi danificada num
terremoto. Em frente à catedral, encontra-se a Coluna de Orlando.
A Catedral de Dubrovnik A Coluna de Orlando, na época da viagem, estava sendo restaurada
Destaca-se
também o prédio da Igreja da Santa Anunciação, que é uma igreja ortodoxa
sérvia, construída em 1877.
A Igreja Ortodoxa de Dubrovnik Gatos dormindo no pátio externo da Igreja Ortodoxa, protegidos pelo portão...
A
poucos metros da catedral, encontra-se a Igreja de Santo Inácio, um templo
jesuíta, famoso por sua escadaria desenhada em 1738, pelo italiano Pietro
Passalacqua, inspirado na Piazza di Spagna em Roma. É um dos prédios mais
fotografados da cidade, tendo em vista a filmagem da cena do The Game of
Thrones, chamada de Caminhada da Vergonha (Walk of Shame), na referida
escadaria. É a preferida dos turistas...
Turistando na ‘escadaria da vergonha’ da Igreja de Santo Inácio (ao fundo) – Foto: Lielu Turismo Souvenir trazido de Dubrovnik pela Fernanda
Na
arquitetura civil, podemos admirar o Palácio do Reitor, onde funcionava o
centro do poder local. Desde o ano de 1872, abriga o Departamento de História
do Museu de Dubrovnik.
No Palácio do Reitor predomina o estilo gótico, com o acréscimo de elementos renascentistas e barrocos Mais à frente, encontra-se a Torre do Relógio, do Século XV, cujos sinos avisavam a população se havia algum perigo eminente A Pequena Fonte de Onófrio, situada quase ao lado do Palácio do Reitor, foi esculpida no estilo barroco-gótico
O
Palácio Sponza, que no passado foi alfândega, casa da moeda, arsenal entre
outras funções, atualmente abriga o Arquivo Nacional. Na época de nossa visita,
o palácio apresentava em seu átrio a exposição chamada ‘80 Anos nas Lentes’,
uma viagem fotográfica por 8 décadas de existência da editora Slobodna
Dalmacija, que se tornou o maior jornal regional da Croácia. O primeiro
exemplar foi publicado em 17/06/1943. A exposição mostrou as obras-primas da
fotografia durante o referido período.
A exposição 80 Anos nas Lentes apresentada no Palácio Sponza em maio de 2023
A Estátua de Dživo Gundulic, o poeta de Dubrovnik, do período barroco, também conhecido como Gianfrancesco Gondola, situa-se na praça de mesmo nome. Nas imediações, funciona uma feira livre, apenas na parte da manhã.
Na Praça Dživo Gundulic, a costumeira feira livre das manhãs, tendo a estátua do poeta croata ao fundo
A
partir da muralha, atravessando o Portão Pile e seguindo pela via Stradun até o
final, chegamos ao Porto Antigo (ou Velho) de Dubrovnik. Na atualidade, o porto
abriga restaurantes movimentados, terraços, bancos para descanso e inúmeros barcos
que fazem passeios turísticos, alguns deles para a Ilha de Lokrum, assim como navegam
os de pesca. Durante os Séculos XV e XVI era um ponto-chave para o comércio do
Mediterrâneo. Ao final do Século XX, o porto sofreu sérias avarias por ocasião
da Guerra da Independência Croata.
O
PASSEIO DE BARCO
Passear
de barco em Dubrovnik é uma ótima opção em termos de lazer. As águas azuis do
Mar Adriático e a paisagem marítima são deslumbrantes. Ao longo do percurso,
existem praias de cascalhos, pois as de areia são raras na Croácia, com
banhistas aproveitando o sol e a brisa refrescante do mar. Há muitas
edificações ao longo da costa, mas há lugar também para o verde da vegetação, que
se sobressai e contrasta com o tom claro, quase branco, das rochas calcárias. Os
ciprestes de silhueta esguia evocam balneários da Itália. Tudo conspira para que
seja declarado o portal do paraíso...
Depois do passeio de barco, nada como um almoço com vista para a marina. Escolhemos o concorrido Gradska Kavana Arsenal Restaurant. No pedido: Linguine com Trufas e Cogumelos (Linguine s Tartufima; o ‘s’ é a palavra ‘com’) e vinho espumante Coletti, da vinícola Kolarić, de Plesivica, Croácia.
VISITA
À VINÍCOLA CRVIK
No dia anterior à nossa partida da Croácia, saímos pela manhã, para conhecer a vinícola Crvik Vinogradi I Vinarija, além de participar de uma degustação de vinhos. A empresa situa-se em Komaji, ao sul da Croácia, sendo uma vila do município de Konavle, o qual pertence ao Condado de Dubrovnik-Neretva, cuja sede é Dubrovnik. A vinícola é uma empresa familiar, com séculos de tradição, que cultiva seus vinhedos na região do Vale de Konavle.
Depois de breves narrativas sobre a história da vinícola e as particularidades do cultivo das uvas e dos vinhos produzidos, passamos à degustação, acompanhada de pão ali produzido (delicioso), azeitonas cultivadas pela própria vinícola e queijos. Três vinhos foram apresentados: os monovarietais Tezoro (Malvasia) e Negromant (Merlot) e o assemblage Vilin Ples (Cabernet Franc, Merlot e Plavac).
RUMO
AO BALNEÁRIO DE SLANO
Seguimos viagem para a última hospedagem no Hotel Admiral em Slano. Este é um vilarejo situado ao sul da Croácia, distante 27 km de Dubrovnik. O balneário é banhado pelo Mar Adriático, possuindo uma baía de mesmo nome e um pequeno porto, para atracação de pequenos iates. As maiores atividades econômicas são o turismo e a pesca. Slano pertence ao município de Dubrovačko Primorje (Dubrovnik Litoral), o qual faz parte do Condado de Dubrovnik-Neretva.
Imagens do hotel e da baía de Slano Jantar de despedida com música croata!
No dia seguinte, rumo ao aeroporto de Dubrovnik, deixamos esta linda terra e nos despedimos deste encantador país!
Passando pela Ponte Estaiada (Cablestay) de Dubrovnik, sobre o Mar Adriático, com a visão do porto novo Chegando ao Aeroporto de Dubrovnik para o vôo de conexão!