Mensagem

Os artigos e fotos veiculados neste blog podem ser utilizados pelos interessados, desde que citada a fonte: GÖLLER, Lisete. [inclua o título da postagem], Mil e Um Horizontes (https://mileumhorizontes.blogspot.com.br/), nos termos da Lei n.º 9.610/98.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Polônia - Varsóvia



A Sereia é o símbolo da cidade de Varsóvia

Varsóvia é a capital e a maior cidade da Polônia, tendo sucedido a Cracóvia no ano de 1595, antiga sede do governo polonês. Suas origens remontam à Idade Média, quando era uma pequena vila de pescadores chamada Warszowa, denominação esta que, segundo a lenda, provém dos nomes de um pescador chamado Wars e da esposa, uma sereia, chamada Sawa. Nesta vila, o Duque Boleslaw II construiu o seu castelo, às margens do Rio Vístula. Ao final do Século XIV, foi erigida ao seu redor uma muralha defensiva, a qual, pelo menos em parte, ainda pode ser observada contornando os limites da Cidade Velha. Ao final da Segunda Guerra Mundial, Varsóvia contabilizou 80% de seus prédios destruídos, sendo estes reconstruídos com esforço e esmero a partir da época do domínio comunista. 


Ao fundo (esq.), vê-se uma parte das muralhas que delimitavam a Cidade Velha de Varsóvia

Ao sul da Praça do Mercado, encontram-se a Torre Barbacã ou Barbakan Warszawski e as ruínas do forte medieval, com forma semicircular, que separam a Cidade Velha da Cidade Nova. Barbacã é um termo militar designando um muro mais baixo, que é construído à frente das muralhas, com a finalidade de protegê-las da artilharia do inimigo.

Percorremos a Rota Real, uma longa rua que liga o Castelo Real de Varsóvia, ao sul da cidade, passando pelo Palácio Real. Ao longo da mesma, encontramos várias atrações de grande importância cultural e histórica, além de lojas e restaurantes. 


A Praça do Mercado na Cidade Velha

Chegamos à Praça do Mercado da Cidade Velha, ou Rynek Starego Miasta, o ponto central da área antiga de Varsóvia, cujos prédios foram destruídos na Segunda Guerra e restaurados na década de 1950, a partir de pinturas e documentos, com a mesma aparência que tinham entre os Séculos XVII a XVIII, porém esta praça já existia desde a criação de Varsóvia no Século XIII. 


Percorrendo o Centro Histórico de Varsóvia

Ao fundo, vê-se a torre da Igreja de São Martinho

O Castelo Real de Varsóvia foi construído no Século XIV, sendo ampliado em séculos posteriores. Foi residência oficial dos reis poloneses e sede do Parlamento. Sofreu danos durante as guerras contra a Suécia, posteriormente foi usado como residência do Czar Pedro I da Rússia e, na Segunda Guerra, foi bombardeado pelas tropas nazistas. Situa-se na Praça do Castelo, na Cidade Velha, e é o ponto de partida da Rota Real.  O castelo é um dos ícones de Varsóvia, o qual foi transformado em museu.


No passado, o Castelo Real foi a residência dos monarcas poloneses

Na frente do Castelo Real podemos encontrar um personagem popular chamado Wojciech Wario, vestido de vermelho, ostentando uma espada curva

Na praça, na frente da fachada do castelo, ergue-se a Coluna de Sigismundo, o rei que transferiu a capital da Polônia de Cracóvia para Varsóvia. Ela foi erguida entre os anos de 1643 a 1644. Durante a Revolta de Varsóvia, a coluna foi demolida pelos alemães, causando danos sérios à estátua, porém ela e a coluna foram restauradas em 1949, mas num local um pouco diferente do original.


A Coluna do Rei Sigismundo foi construída no Século XVII

A torre do sino da Igreja de Santa Ana (Taras Widokowy) é um local onde podemos obter uma vista panorâmica de Varsóvia e até mesmo de outras cidades menores

Na Cidade Antiga, encontra-se a estátua da Sereia, o símbolo da cidade de Varsóvia. Segundo a lenda, o pescador Wars apaixonou-se por uma sereia, chamada Sawa, que havia caído em sua rede. Eles se casaram e, depois, ela ganhou a forma humana

Ao fundo, o Estádio Narodowy

O Museu do Âmbar no Centro Histórico de Varsóvia, com imagens de uma das vitrines da loja do museu e um dos painéis que estava em frente à fachada, explicando a formação do âmbar. A Polônia fazia parte da antiga Rota do Âmbar

Seguindo o roteiro, chegamos até a Catedral de São João Batista, que exibe desde o pós-guerra uma alta fachada de tijolos, que pode causar certa estranheza ao visitante mais desavisado. Originalmente, a igreja foi construída no Século XIV. Neste templo, os monarcas foram coroados, como o último rei da Polônia, assim como foi local da realização de sepultamentos de nobres durante séculos. 


A Catedral de São João Batista

A catedral, ao longo dos tempos, passou por várias reformas, tendo no Século XIX assumido o estilo neogótico. Entretanto, a igreja não foi poupada pelos alemães durante o Levante de Varsóvia, motivo pelo qual ela foi reconstruída na arquitetura que hoje vemos, remetendo ao estilo gótico. 


Imagem do prédio da antiga Catedral e detalhes da atual fachada

O interior da Catedral de São João Batista

Túmulo do Conde Stanisław Małachowski, um importante político polonês, sepultado na Catedral de São João Batista

Ao lado da Catedral, menos popular para os turistas, encontra-se o belo edifício renascentista do Santuário de Nossa Senhora da Graça, construído entre os anos de 1609 e 1629, pelo Rei Sigismundo III. Durante a revolta de Varsóvia, a igreja foi totalmente queimada, mas foi reconstruída de acordo com o seu estilo anterior. No altar barroco, encontra-se um retrato milagroso, devido às graças obtidas através de Nossa Senhora da Graça.


Detalhe da fachada da Igreja de Nossa Senhora da Graça

O relógio era o tema principal desta foto abaixo. Tentando descobrir a origem deste belo exemplar, descobri a história da placa de pedra que, desde o ano de 1953, foi colocada na fachada da casa de moradias, onde está o relógio, na esquina da Rua Zapiecek com a Praça da Cidade Velha. O texto esculpido na placa, segundo dizem, é polêmico, tendo sido elaborado na época da reconstrução de Varsóvia, exprimindo por palavras a cultura nacional e as lutas revolucionárias do povo desta cidade. Alguns entendem que o texto deva ser mudado, outros acham que não. Para trocar a placa por outra, ela teria que ser destruída, porém, até o momento, tudo continua do mesmo jeito...


O relógio e a placa da Rua Zapiecek

Seguindo o percurso da Rota Real, passamos pelo Palácio Presidencial, que foi construído em 1643, mas remodelado várias vezes ao longo dos tempos. Nos primeiros anos de sua existência, foi propriedade particular das famílias de vários aristocratas. No ano de 1818, tornou-se sede do Vice-Rei do Reino da Polônia, durante a ocupação russa, conhecida também como Polônia Russa, pois estava unida com o Império Russo. Atualmente, é a residência do Presidente da República.


O Palácio Presidencial

A Universidade de Varsóvia foi fundada no ano de 1816. Diante de um dos prédios da mesma, encontramos a estátua de Nicolau Copérnico (1473-1543), astrônomo e matemático polonês, que formulou a teoria de que o sol era o centro do sistema solar. 


Portões da Universidade de Varsóvia e a estátua de Nicolau Copérnico

O edifício mais alto de Varsóvia chama a nossa atenção: é o Palácio da Cultura e da Ciência, um prédio que não traz boas recordações aos poloneses, pois remete ao período de dominação pela União Soviética. O edifício foi um presente de Stalin, um apreciador de prédios com ostentação, que identifica o chamado estilo socialista-realista.


O Palácio da Cultura e da Ciência – Foto: Wikipedia

O Gueto de Varsóvia, o maior da Europa, representa o local da cidade de Varsóvia onde um terço de sua população, representada pelos cidadãos de origem judaica, foi encarcerada pelos nazistas. Nele, ocorreu um levante contra os alemães, com a duração de três meses, porém os judeus foram derrotados. Em memória a estes fatos, neste local foi construído o Memorial do Levante de Varsóvia, na Praça Krazinski, próximo ao Museu do Levante ou da Insurreição.


O Memorial do Levante, na Praça Krazinski, e o prédio de colunas da Suprema Corte

O Monumento aos Heróis do Gueto de Varsóvia, em frente ao Museu Histórico dos Judeus Poloneses

Fizemos uma visita ao Museu Histórico dos Judeus Poloneses, que está situado em frente ao memorial do Gueto de Varsóvia. Na sua concepção, não se trata de mais um museu do holocausto, mas um museu que retrata a presença milenar dos judeus na Polônia, a convivência judaico-polonesa antes do holocausto e a interligação entre as duas culturas ao longo dos séculos.


O Museu Histórico dos Judeus Poloneses em Varsóvia foi projetado pelo arquiteto finlandês Rainer Mahlamäki

Seguimos para o sul da cidade, rumo ao Parque Łazienki, o maior de Varsóvia, onde encontramos o monumento ao compositor polonês Frédéric Chopin (1810-1849). 


Entrada no Parque Łazienki, que é cercado por portões de ferro

Jardins do Parque Łazienki

No parque há uma estátua que representa Chopin compondo debaixo de uma árvore, a qual toma a forma da mão de um pianista. Neste local, costumam ser realizados concertos de piano. Outra bela atração do parque é o Palácio sobre as Águas, que abriga um museu de arquitetura. O seu reflexo sobre as águas do lago compõe um belo cenário.


A estátua de Chopin debaixo de uma árvore no formato de mão de um pianista

Depois da visita à cidade de Varsóvia dirigida pelo guia local, fomos às compras e ao almoço, quando pudemos saborear alguns pratos e bebidas típicas da Polônia, antes de irmos descansar no hotel. Almoçamos no Bistro Warszawa, no Centro Histórico de Varsóvia.


Os famosos Pierogi são pastéis de massa com recheios diversos que são cozidos em água fervente até flutuarem, podendo ser fritos ou assados na manteiga

Filé de porco com cogumelos e acompanhamentos, cujo nome em polonês é bem complicado...

Nem só de cerveja vive a Polônia! Mais uma cidra no meu passaporte: a polonesa Dobronski Cydr!


Nenhum comentário:

Postar um comentário