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Paris se ilumina! |
Falar de Paris é uma grande responsabilidade. Reli meus textos, e procurei fazer aqui uma síntese dos passeios mais importantes realizados na Cidade Luz. Este trecho, por exemplo, reflete a sensação do primeiro contato que tive com Paris:
“Orientar-se pelo Rio Sena é, sem dúvida, muito importante na Cidade Luz. A arquitetura dos prédios no centro de Paris é uniforme, com a particularidade de terem um número de andares limitado e de possuírem cores muito próximas e discretas. O que quebra a monotonia tonal são os inúmeros monumentos, prédios públicos, igrejas, praças, uma infinidade de construções de esmerada beleza. Há muitos espaços amplos, em contraponto com ruas vicinais estreitas. Tentando elaborar uma definição, diria que Paris equilibra com arte os seus contrastes, harmoniza o moderno com o antigo, com uma superior sabedoria. É uma grande e importante metrópole, mas não nos assusta nem intimida; ao contrário, encanta e cativa.”
Na margem direita do Sena:
Bairro Champs-Élysées – Possui duas avenidas poderosas: a Champs-Élysées e a St. Honoré. A primeira, a mais famosa da França, vai desde o Rond-Point até a Place de La Concorde, com seus belos cafés, cinemas, lojas e hotéis. O Arco do Triunfo, na primeira ponta desta avenida, é um dos símbolos mais marcantes de Paris. A antiga Place de l’Étoile, depois Charles de Gaulle, de onde partem 12 avenidas, traça uma belíssima estrela no mapa do destino desta cidade.
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Domingo ensolorado nos Champs-Elysées |
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Uma das fotos sequenciais tiradas enquanto dávamos voltas completas pelo Arco do Triunfo |
Bairro da Ópera – É uma área de comércio, de turismo e também dos grandes bulevares. Nele, há teatros, cinemas e cafés. O prédio da Ópera de Paris, ou a Ópera Garnier, que mistura o estilo clássico e o barroco, apresenta espetáculos de balé, enquanto que os de ópera são realizados na Ópera Bastille. Circulamos pela Place de l’Opera, tendo o Museu ao seu lado. Perto dali, fica o famoso Café de La Paix. Neste bairro, encontra-se a Madeleine, a igreja consagrada a Maria Madalena, em cuja praça encontra-se a famosa loja de alimentos Fauchon, o supermercado dos milionários.
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Detalhe da fachada da Ópera de Paris |
Bairro Marais – A palavra vem de pântano, no francês. O bairro possui muitas mansões e museus. A Place des Vosges, no centro do Marais, com a simetria ao gosto francês, é uma das mais belas do mundo. Na minha última visita a Paris, conheci a antiga casa de Madame Sévigné, que foi devidamente fotografada naquela ocasião. Vimos a Ópera Bastille e a Prefeitura (Hôtel de Ville), que começou a ser construída no Século XVII, mas foi apenas finalizada no Século XIX.
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Prefeitura (Hôtel de Ville) de Paris |
Bairro Tuileries – Vai da Praça da Concórdia ao Louvre. Nele, há muitos museus, parques e lojas sofisticadas. Além do Museu do Louvre, são atrações: o Palais Royal, com as esculturas modernas em forma de colunas listradas, a Place de La Concorde, com o obelisco de Luxor de 3.200 anos e a Place Vendôme, em cujo centro está a Coluna Vendôme, erigida por Napoleão, cuja estátua encontra-se no alto.
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O Museu do Louvre e a Pirâmide se tornam especiais à noite |
No meio do Sena:
Bairros Île de La Cité e Île St. Louis – A Île de La Cité é o bairro mais antigo de Paris, onde a cidade teve o seu início. Foi habitada pelos celtas e, no domínio romano, e a ilha foi visitada pelo Imperador Júlio César. Nesta região, fica o Palácio da Justiça e a Catedral de Nôtre-Dame. A igreja gótica foi finalizada em 1330 e mistura trabalhos de vários arquitetos, por isto a estranheza de sua construção. São pontos de destaque as rosáceas, os inusitados arcobotantes e a torre da agulha. Foi palco do coroamento de reis no passado. Ali perto, ergue-se a Sainte-Chapelle, com belíssimos vitrais que são dignos de admiração. A Île de St. Louis é o lugar onde os ricos e famosos construíram as suas mansões, mas não a visitamos.
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A Catedral de Nôtre-Dame de Paris |
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Detalhe da Rosácea da Catedral |
Na marquem esquerda do Sena:
Bairro Latino – Quartier Latin – Este bairro está associado à boemia, aos artistas e intelectuais. Um dos pontos turísticos é o Panthéon que inicialmente foi uma igreja encomendada por Luiz XV. Na Revolução Francesa, transformou-se em panteão, que é uma espécie de túmulo para as maiores personalidades da França. O prédio foi depois devolvido por Napoleão à Igreja e, bem mais tarde, voltou a se tornar público no ano de 1885. Na cripta que existe no subsolo, foram enterrados: Voltaire, Rousseau, Zola, Victor Hugo, dentre outros. Outro prédio ilustre é a Sorbonne, que é a sede da Universidade de Paris, a qual foi fundada em 1253.
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A Sorbonne de Paris |
Bairro Les Invalides e a Tour Eiffel – Neste bairro, Luis XIV construiu o Hôtel des Invalides, para abrigar os feridos de guerra e os desabrigados. No centro do bairro, encontra-se o Domo, onde foram depositados os restos mortais de Napoleão. No bairro encontramos a Escola Militar, que foi freqüentada por Napoleão, e o Campo de Marte, uma área de jardins que vai da Torre Eiffel até a Escola Militar. Este foi um local de grandes desfiles no passado. Finalmente, chegamos aos pés da Torre Eiffel, que é o maior símbolo de Paris, com os seus 320 metros de altura, uma obra realmente genial.
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A foto clássica: a Tour Eiffel |
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L'Hôtel des Invalides |
Tive a oportunidade de fotografar a árvore mais antiga de Paris, a Robinier, plantada no longínquo ano de 1602, perto da Nôtre-Dame. A copa ampla e verde demonstra que o tempo também pode ser vencido pela teimosia. Vale também referir que passamos pelas ruínas da muralha medieval de Paris e por uma das casas enxaimel mais bem conservadas da cidade, localizadas no Quartier Latin, bairro este possuidor de valiosos vestígios do tempo romano. Percebi que as castanheiras (les châtaigneraies), não deixam de ser outro símbolo de Paris, pois elas são uma constante ao longo das ruas e avenidas. Penso que, no outono, elas devam acrescentar um toque nostálgico e encantador à cidade.
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A centenária Robinier |
Montmartre é o bairro dos artistas, dos poetas e dos escritores. Situa-se numa colina de onde se avista a cidade de Paris em toda a sua plenitude. Este lugar é o ponto mais alto da Cidade Luz. Possui um ar de cidade pequena, com interessantes ruas estreitas e sinuosas. A Place du Tertre (quer dizer pequena colina) é o seu centro turístico, onde são encontrados diversos retratistas. Nesta colina, foi erigida a Basílica de Sacré-Coeur, com a característica cúpula oval com estrutura de pedra. O campanário possui os sinos mais pesados do mundo: 18,5 toneladas! Tivemos o acesso à colina através de um funicular, um meio bem menos cansativo do que as escadas. Àquela hora, no final da tarde, havia um grande número de turistas nas imediações de Sacré-Coeur, freqüentadores habituais e artistas de rua fazendo performances para ganhar alguns Euros.
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A Basílica de Sacré-Coeur |
Chegamos ao templo da boemia parisiense: o Moulin Rouge, a casa de show à moda de Las Vegas. O show de variedades é muito interessante. O mais impressionante que assistimos foi o do tanque de cobras. Nele, uma bela mulher de top less mergulhou num tanque que havia emergido de baixo do palco com enormes cobras. A platéia ficou eletrizada. Mil e uma coreografias e mergulhos valeram palmas e assovios enlouquecidos. Tivemos ventriloquismo, malabarismo, cachorros adestrados, pôneis, dentre os números apresentados. No final apoteótico, arrisquei algumas fotos para guardar de lembrança desta noite memorável.
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O Show do Moulin Rouge |
Termino com o último passeio de barco pelo Sena, que realizamos no verão do ano passado. No começo da noite, fizemos um cruzeiro num dos Bateaux Parisiens, a bordo de um trimarã chamado Catherine Deneuve, saindo do Port de La Bourdonnais, para apreciar as primeiras luzes da Ville Lumière chamada Paris. Quando cai a noite, compreende-se por que Paris é realmente uma festa!
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Na apoteose, as luzes da Tour Eiffel começam a piscar: um show de luzes! |
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