Marken, uma comunidade tipicamente holandesa |
A península de Marken está localizada no IJsselmeer (Lago Issel). Sobre esta última palavra observe que as letras “i” e “j” são maiúsculas. A língua neerlandesa recomenda que se devam escrever as duas primeiras letras de nomes próprios em maiúsculo. O “ij” representa uma só letra e são pronunciadas como um “i” ou um “y”. O Lago Issel, com 1.110 km², é o maior da Europa Ocidental, limitado pelos territórios da Flevolândia, Holanda do Norte e Frísia. O nome vem do rio Issel que vai desembocar nele. O lago foi criado, quando o Zuiderzee foi fechado por um dique.
A ilha de Marken está unida ao continente por um aterro, que foi construído no ano de 1957 e a tirou do isolamento (por isso é uma península). Pertence ao município de Waterland e preserva os costumes de uma comunidade de pescadores de vários séculos atrás. As casas típicas de madeira do século XVIII, construídas sobre palafitas, continuam por lá, como se o tempo não tivesse passado. Tornou-se um local turístico muito apreciado e as principais atrações são o farol, o Marken Museum, a fábrica de queijos e a fábrica de tamancos.
O tempo tira férias em Marken |
Conheci Marken em 2006 e fiquei encantada com esta pequena comunidade: as casas de madeira pintadas de verde-escuro, algumas alternando as ripas de madeira da fachada com tinta branca, causando um efeito listrado agradável, os jardins bem cuidados, as janelas com cortinas rendadas e enfeitadas com bibelôs e vasos de flores nos parapeitos, os barcos atracados no porto, os canais... Adorei regressar! Através da guia local, uma brasileira radicada na Holanda, circulamos pelas ruas estreitas de Marken, até chegarmos ao porto. Há um único hotel na cidade, chamado Hotel De Jong, o atual Hof van Marken, para quem quiser aproveitar as férias neste lindo povoado. No porto, encontramos lojas de suvenires, barracas vendendo lanches e bebidas, o Marker Museum, que está instalado numa antiga habitação de pescadores e que ainda conserva a decoração tipicamente holandesa: as paredes caiadas de branco, decoradas com pratos e objetos de cerâmica, os móveis típicos, utensílios, vestimentas, tudo para recriar o modo de vida dos antigos pescadores habitantes de Marken.
Detalhe num jardim de Marken |
Nesta viagem, entretanto, notei uma diferença de quando a conhecei há seis anos: a manutenção de algumas das casas estava deixando a desejar, parecendo não recebem pintura há muito tempo. O clima úmido do litoral e o inverno rigoroso da Holanda fizeram os seus estragos nas habitações, mas também penso que a crise econômica mundial deva repercutir na vida das pessoas, não importa onde elas vivam. Desta forma, o povoado me pareceu mais triste desta vez. O porto estava cheio de pequenas embarcações atracadas, aproveitando a tranquilidade de Marken, que se anima sempre com a chegada do verão. Caminhando de volta ao nosso ônibus, não passaram despercebidas as pequenas pontes Juliana Brug, a Maxima Brug, Wilhelmina Brug, quem sabe quantas mais com os nomes dos soberanos, e os grandes sobrados que dão para os canais com juncos e plantas aquáticas...
Umas das pontes de Marken: esta é chamada de Maxima, nome da esposa do futuro Rei Willem |
Uma cena digna de nota nos fez parar no caminho: um rapaz estava pescando no canal, enquanto dois gatos observavam tranquilamente a cena. Talvez, os três esperassem a hora de almoçar... O gato preto e branco ficava mais retirado, e o ruivo olhava atentamente o movimento na água. Foi uma cena imperdível, para os amantes dos gatos...
Um olho no gato, outro no peixe... |
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