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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Portugal - Lisboa


Lisboa vista do céu

A Capital de Portugal situa-se no estuário do Rio Tejo. Ao longo de sua história, expandiu-se em direção à Belém e, pela costa, na outra margem do rio, em direção à chamada Outra Banda. O centro histórico, localizado numa área plana, situa-se entre os bairros de Alfama e Alto. No dia de nossa chegada, saímos para conhecer um pouco desta cidade que despertou em meu espírito uma sensação de abertura, de amplidão, de liberdade, influenciada talvez pela situação geográfica da cidade e do próprio país, que os coloca “frente a frente” com o Novo Mundo...


A Igreja de Santo Antônio da Sé

A nossa primeira opção foi conhecer a Igreja de Santo Antônio e o Museu, que expõe objetos relacionados com este santo português de nascimento, ambos localizados no Bairro Alfama. A igreja foi construída no local onde moravam os pais de Antônio e onde este nasceu no ano de 1195. A antiga igreja foi destruída pelo terremoto de 1755, que arrasou Lisboa, e dela restou apenas a cripta, com entrada pela sacristia. Assim, encerramos a nossa peregrinação que começou no ano de 2008 em Pádua, na Itália, onde Santo Antônio viveu a maior parte da sua vida e onde faleceu.


Visita ao Museu Antoniano

Após, fomos visitar a Catedral de Lisboa, erguida após a expulsão dos mouros no Século XII, e que mistura estilos arquitetônicos: o românico, o gótico e o barroco.


A Catedral da Sé

O Bairro Alfama é a área mais antiga da cidade, possuindo ruas bem movimentadas e estreitas, com inúmeras casas pequenas. Possui importantes atrações, como o Castelo de São Jorge, cujas ruínas encontram-se na colina mais alta de Lisboa. O antigo castelo foi construído por Manuel I no ano de 1511, numa área em que existia uma cidadela e foi residência dos soberanos portugueses. Após o mencionado terremoto, em que metade da cidade foi destruída, ficou em ruínas, sendo posteriormente reconstruído. Os jardins do Castelo e as ruas do antigo bairro de Santa Cruz, nos limites das muralhas, são visitados por turistas e a vista que se obtém de Lisboa é das melhores.



No alto, as muralhas do Castelo de São Jorge

Descemos até a Praça do Comércio, no Bairro da Baixa, uma ampla praça com aproximadamente 36 mil m² de área... Ao centro, encontra-se a estátua eqüestre de D. José; no lado sul, vê-se o Rio Tejo, o Cais das Colunas e os degraus em mármore que dão para o rio, uma grandiosa porta da cidade; no lado norte, abre-se o Arco Triunfal da Rua Augusta, uma rua em linha reta que possui diversas lojas comerciais e, no entorno, situam-se prédios públicos com arcadas, além do café Martinho da Arcada, o mais antigo de Lisboa. O calçamento das ruas destes bairros mais antigos é revestido por pedras muito gastas pelo tempo, o que torna o chão escorregadio, principalmente quando percorremos as ladeiras que são muito comuns em Lisboa. A melhor opção é usar os bons e velhos tênis para os passeios turísticos feitos a pé...

 
A Praça do Comércio

Fernanda no Cais das Colunas

No dia seguinte percorreríamos outros locais do bairro que também é chamado de Pombalina. Este bairro foi recriado, após o devastador terremoto, pelo Marquês de Pombal, e representa de forma exemplar um dos primeiros planejamentos urbanos europeus. Nele, encontramos o comércio da cidade, com ruas movimentadas, o Parque Eduardo VII, o maior parque do centro de Lisboa, além das Praças Imperiais como a Praça do Rossio (ou Dom Pedro IV, o nosso D. Pedro I), com cafés e pastelarias e onde está situado o Teatro Nacional em estilo neoclássico; a Praça Marquês do Pombal, também chamada de Rotunda, situa-se entre a Avenida da Liberdade (com hotéis e lojas de grife) e o Parque Eduardo VII, além da Praça do Comércio (ou Terreiro do Paço). 


O Parque Eduardo VII

Nesta última praça, encontra-se o terminal de alguns dos bondes ou eléctricos, no dizer dos portugueses, que realizam, por exemplo, o Circuito das Colinas, um passeio turístico com duração de cerca de uma hora e meia.

“Vou num carro eléctrico, e estou reparando lentamente, conforme é meu costume, em todos os pormenores das pessoas que vão adiante de mim. Para mim, os pormenores são coisas, vozes, letras. Entonteço. Os bancos do eléctrico levam-me a regiões distantes, multiplicam-se em vidas, realidades, tudo. Saio do eléctrico exausto e sonâmbulo.” Fernando Pessoa (sobre o famoso eléctrico ou bonde 28 de Lisboa)


Os bondes próximos à Praça do Comércio

Depois de percorrer a Rua Augusta, caminhamos em direção e à procura da Rua Garret, já no Bairro do Chiado, onde se encontra o café A Brasileira, no número 120, freqüentado pelo poeta Fernando Pessoa e por intelectuais e artistas. A sua estátua em bronze encontra-se em frente ao café. Com a ajuda de um guia turístico, finalmente fomos dar na rua em subida que o abriga. O interior do café é muito bonito e bem freqüentado pelos turistas. Após as fotos e uma tentativa frustrada de atendimento, numa tarde de muito calor, decidimos voltar ao hotel, já que tínhamos uma reunião com o nosso grupo de viagem. O Bairro Chiado situa-se entre os bairros Baixa e Alto, mais elegante e uma referência para compras.



Encontro com o poeta Fernando Pessoa, no café A Brasileira

No dia seguinte, fizemos um passeio panorâmico por Lisboa, quando percorremos vários bairros. No Bairro da Estrela, encontramos a Basílica da Estrela, que se situa no alto de uma colina na zona oeste de Lisboa, em estilo barroco e neoclássico. Foi mandado construir por Dona Maria I, por ter ganhado o filho que tanto desejava, porém este morreu ainda criança. Ela faleceu no Brasil, mas o seu túmulo encontra-se nesta Basílica. Junto à Basílica encontra-se o Jardim Estrela, um dos melhores de Lisboa. Subindo a colina, no Bairro Campo de Ourique, existe a Casa Museu Fernando Pessoa, a última casa do famoso poeta português, atualmente um centro cultural, com exposição de objetos a ele pertencentes. Conhecemos também o Bairro Alto, que data do Século XVI, um dos mais tradicionais de Lisboa, famoso pelos restaurantes familiares e ateliers. À noite, é freqüentado pelos turistas que lotam os bares, boates e casas de fado. Para se chegar lá, vindos da Baixa, usa-se o Elevador de Santa Justa, em estilo neogótico, criado no começo do Século XX.


A Basílica da Estrela

O Bairro Belém, na zona oeste da cidade, é um dos mais bonitos de Lisboa, um bairro amplo, com muitos jardins e museus. Neste local, Manuel I construiu na foz do Tejo o Mosteiro dos Jerônimos, com a imponente Praça do Império à frente e a Torre de Belém. À beira do rio, há cafés e uma esplanada. Na Rua de Belém, encontra-se a antiga Confeitaria Belém, que vendia os famosos pastéis com creme de baunilha (parecem tortinhas). Os pastéis, na linguagem de Portugal, são sinônimos de doces. Neste importante bairro, encontramos o Monumento dos Descobridores junto ao Tejo. O belíssimo monumento foi construído em 1960, para celebrar os 500 anos da morte de Henrique, o patrono dos navegadores.


O Rio Tejo

Mais emblemática é a Torre de Belém, o símbolo de uma era gloriosa expansionista de Portugal. Era o ponto de partida dos navegadores que saiam em busca de novas rotas comerciais. No terraço, a estátua de Nossa Senhora do Bom Retorno os abençoa na empreitada. A Torre foi construída em estilo manuelino, e possui torres em estilo mourisco. Ela impressiona por tudo o que representou no passado, sendo um símbolo daquela era de ouro dos portugueses.


A Torre de Belém

O Mosteiro dos Jerônimos representa o ápice da arquitetura manuelina. O estilo manuelino é uma variante do gótico tardio. Foi construído após o retorno de Vasco da Gama das Índias, após o ano de 1834, quando as ordens religiosas foram todas desativadas. Nele, estão os túmulos de Vasco da Gama, que naquela oportunidade havia sido homenageado pelo Governo do Japão, o do Rei Manuel I e de sua esposa Dona Maria. Digna de nota é a abóboda da nave da Igreja Santa Maria e os azulejos das paredes do refeitório. Numa extensão do Mosteiro, foram construídos o Museu da Marinha e o Museu Nacional de Arqueologia. No Mosteiro, faço referências à beleza da Capela-Mor, onde se encontra o túmulo vazio de Dom Sebastião, amparado sobre dois elefantes, pois este nunca voltou do campo de batalha e à Capela do Senhor dos Passos, que é ricamente revestida em ouro.


O Mosteiro dos Jerônimos

A belíssima ábobada da nave da Igreja de Santa Maria

O que mais teria a dizer, dentro do breve espaço de tempo em que estivemos em Lisboa, antes de viajarmos pelo interior de Portugal e, depois, partir rumo à Espanha? A cidade me pareceu calma, talvez por ser agosto, o mês de férias de muitos europeus. Nela fala-se a mesma língua, às vezes de maneira diversa (outras vezes incompreensível) e com vocabulário próprio. Possui algumas casas e ruas que lembram as do Brasil, por onde passam os velhos bondes amarelos (outros vermelhos) da Companhia Carris (voltei ao tempo da infância em Porto Alegre).

Cidade onde há pessoas atenciosas e outras um tanto sisudas. Há táxis baratos e trânsito confuso, períodos de ventos constantes, manhãs e noites que chegam a ser frias. Terra dos azulejos herdados dos mouros que, além de decorativos, protegeram as casas dos incêndios; lugar no mapa-múndi dos bordados, rendas, jóias filigranadas (costumam usar o ouro 20 quilates) e das cerâmicas; onde podemos comer bons peixes e frutos do mar a qualquer hora, doces bem açucarados, alguns deles nunca dantes vistos e beber bons vinhos... Esta é a minha visão de Lisboa.


O Estádio do Benfica

O nosso até breve a Lisboa!









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