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A Praça do Mercado no Centro Histórico de Cracóvia |
Cracóvia,
capital da região administrativa da Pequena Polônia, situa-se ao sul do país, às
margens do Rio Vístula. É uma bela cidade, com um respeitável fluxo turístico.
Foi fundada por um sapateiro chamado Krak, por volta de 1700, tendo este se
tornado o primeiro rei do país. No Século XIII, Cracóvia foi invadida e
devastada pelos mongóis, oriundos da Ásia Central. Depois, fez parte da Áustria
em determinados períodos, que se inseriram entre os Séculos XVIII e XX. Um
personagem ilustre, que viveu nesta cidade, foi o Papa João Paulo II. Ele se tornou
bispo e, mais tarde, arcebispo de Cracóvia, antes de se tornar o Sumo
Pontífice.
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Cracóvia situa-se às margens do Rio Vístula |
A
primeira lembrança que me vem à mente é a da Praça do Mercado, cuja existência remonta
ao Século XIII. É uma das maiores praças medievais da Europa. No seu entorno, perfilam-se
diversos prédios históricos e igrejas, construídos nos estilos gótico, barroco e
renascentista.
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A imponente estátua de Adam Mickiewicz, o grande poeta e escritor polonês, à frente do Mercado Cloth Hall |
No
centro da praça, encontra-se o Cloth Hall, um prédio renascentista e neogótico,
com belas arcadas e portais ogivais, que, no passado, foi um importante centro
comercial internacional.
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A entrada principal do Mercado |
Atualmente
o Mercado contempla o comércio de lembranças turísticas e produtos em geral, mas
há espaços para arte, uma galeria e um museu, este ligado ao Museu de História
de Cracóvia. Na parte térrea, as lojas se sucedem uma após outra, dispostas
numa longa galeria, uma festa para os olhos dos turistas! O Cloth Hall é, sem
dúvida, um dos ícones da cidade.
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As lojas do Mercado, com sua grande variedade de mercadorias, é um convite às compras |
Perto
dali, vemos a Town Hall Tower, a única parte que restou do antigo Palácio da
Câmara Municipal, que foi demolido em 1820, para ampliar a área do mercado.
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A Town Hall Tower ou a Torre da Prefeitura |
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Numa das extremidades da praça, está a pequena Igreja de São Adalberto (esq.), uma graça de templo no estilo barroco, do outro lado do Cloth Hall |
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Na Praça do Mercado, podemos apreciar a famosa escultura em bronze chamada Eros Vendado, uma obra de Igor Mitoraj |
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Junto à fonte, em frente à Igreja de Santa Maria, podemos fazer uma pausa para apreciar por alguns instantes o vai-e-vem dos turistas e dos locais no movimentado centro de Cracóvia |
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Artistas locais na Praça do Mercado |
Situada
na Praça do Mercado, a Igreja de Nossa Senhora ou de Santa Maria se destaca
pela imponência de suas torres. A primeira igreja ali erigida foi destruída
durante a invasão dos mongóis no Século XIII. No ano de 1300, a igreja renasceu
no estilo gótico, porém conservando as bases do antigo templo. Entre 1355 e
1365, a igreja foi totalmente reconstruída, mas sofreu reformulações ao longo
do tempo, que se estenderam até o Século XIX. Hoje a igreja contempla o estilo
gótico e o barroco. Para fotografar o interior, mas sem flash, podemos pagar
uma taxa, sendo que nos é fornecido um adesivo para ser colado na roupa,
possibilitando circular com a câmera fotográfica sem problemas.
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A imponente Igreja de Santa Maria |
Uma
curiosidade desta igreja é o trompetista que toca, no alto da torre mais alta,
uma música tradicional polaca, a Hejnał mariacki, tocada de hora em hora, sendo
transmitida via rádio a todo o país na hora do meio-dia. Esta tradição vem da
lenda de um trompetista, a sentinela da torre, que, no século XIII, avisou a
cidade sobre a invasão dos tártaros, um grupo étnico turcomano. Ele tocou nas
quatro direções da cidade, dando tempo para prepararem a defesa, até que uma
flecha atirada contra a sua garganta interrompeu o alerta, porém a cidade
estava salva. A tradição, que se mantém até hoje, faz com que, a cada hora,
seja tocado o trompete quatro vezes, sendo a música interrompida no momento que
corresponderia à morte da sentinela. Considerando que a escadaria possui 239
degraus, a tradição deve exigir fôlego do trompetista...
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Detalhe da fachada lateral da Igreja de Santa Maria |
O
Collegium Maius, que significa Grande Colégio, é o edifício mais antigo da
Universidade Jagiellonian de Cracóvia.
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Conhecendo o Collegium Maius em Cracóvia |
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Pátio do Collegium Maius |
A
Akademia krakowska, instituição que antecedeu a Universidade, mudou-se no ano
de 1400 para um novo prédio cedido pelo Rei Ladislau II. No final deste mesmo século,
as instalações da Universidade foram reconstruídas no estilo gótico, em torno
de um pátio contornado por arcadas. Foi nesta Universidade que estudou Nicolau
Copernico, um ilustre filho deste país.
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Neste local os alunos participavam de aulas e cursos da Universidade |
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Durante a visita à cidade, paramos diante da placa comemorativa dos estudos poloneses de Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, nos anos de 1938 e 1939, que se encontra na fachada da Faculdade de Estudos Poloneses da Universidade Jagiellonian em Cracóvia |
Depois
de percorrer esta parte do centro histórico, fomos até a Colina Wawel, onde se
encontra o Castelo e a Catedral.
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Antes de ir ao Castelo Real, percorremos o Planty Park, composto por 21 hectares de jardins, os quais foram construídos entre 1822 e 1830, para substituírem os antigos muros da cidade que estavam muito degradados |
A
Rota ou Via Real era o caminho seguido pelos reis poloneses que iriam ser coroados.
O início da rota era na Igreja de São Floriano, passando depois pelo portão de
mesmo nome. Em seguida, entravam na cidade antiga, trajeto este que, nos dias
de hoje, coincide com os restos das antigas muralhas da cidade. Depois, os reis
atravessam o centro histórico, seguindo até o destino final: o Castelo gótico
de Wawel.
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Chegada ao Castelo Real no Monte Wawel |
No
Castelo Real, viveu a maior parte dos reis da Polônia. Inicialmente, era uma
fortificação de madeira, mas, no Século XIII, foi substituído por uma construção
em pedra. Ao longo dos séculos, o Castelo sofreu várias remodelações.
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Estátua equestre de Tadeusz Kościuszko, um herói nacional da Polônia, general e líder da revolta contra o Império Russo em 1794 |
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No muro que cerca o castelo, encontramos diversas placas com nomes de pessoas ou famílias de todo o mundo, que contribuíram para a reconstrução do Castelo Real, inclusive do Brasil, como a de Wladyslaw Kaminski, da cidade de Guarapuava, no Paraná (ao centro, a placa mais escura) |
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Percorrendo as ruelas que levam à entrada da Basílica de São Wenceslau |
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No caminho, encontramos a estátua de João Paulo II |
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A Catedral de Wawel com as capelas de Sigismundo (cúpula dourada), que abriga os túmulos de Sigismundo I e II, além de Anna Jagiellon, a Rainha da Polônia e, no lado esquerdo, a Capela da Dinastia de Vasa |
A
Catedral de Wawel ou Basílica de São Wenceslau e de São Estanislau foi o local
de coroação dos monarcas poloneses. Wladislaw I da Polônia foi o primeiro
monarca a ser ali coroado. O antigo prédio foi construído no ano 1000, quando
foi instituído o bispado de Cracóvia. Após a sua destruição, este foi
reconstruído no Século XII e, no Século XIV, a igreja foi restaurada no estilo gótico
de tijolos, após a ocorrência de um incêndio.
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A porta de entrada da Catedral na fachada oeste |
Dentre
os sepultados na Catedral estão reis, nobres e um Presidente, que faleceu após
um acidente aéreo. A Capela de São Sigismundo, construída entre 1519 e 1933,
destaca-se como uma das peças mais notáveis da arquitetura de Cracóvia. O Papa
João Paulo II celebrou sua primeira missa como sacerdote neste templo em
02/11/1946. Para variar, como é proibido fotografar dentro do templo,
contrariei as santas ordens, realizando esta singela foto:
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Capela dedicada ao Papa João Paulo II na Catedral de Cracóvia |
Perto
do Castelo, na Rua Kanonicza, encontramos uma das casas onde João Paulo II
viveu de 1951 a 1963 em Cracóvia, e que foi transformada no Museu Arquidiocesano.
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A casa da Rua Kanonicza foi transformada em Museu |
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Cada vez que João Paulo II voltava à Cracóvia, ele fazia a sua saudação na ‘janela papal’ deste prédio, localizado no nº 3 da Rua Franciszkańska |
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A Igreja de Santo André é um exemplo de templo no estilo românico, construído entre 1079 e 1098 |
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Na Igreja de São Pedro e São Paulo casaram-se os pais de Carol Wojtyla, o Papa João Paulo II |
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O Nowa Prowincja é um café de tradição literária e artística, freqüentado por literatos e artistas poloneses. O chocolate quente dizem ser o melhor de Cracóvia |
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Cracóvia possui muitos museus, dentre eles o Museu Nacional, estabelecido em 1879, que é o ramo principal do Museu Nacional da Polônia, que apresenta uma rica coleção em seu acervo. Na fachada, vemos uma reprodução da pintura A Senhora do Arminho, de Leonardo da Vinci |
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O Palácio Wielkopolski, no estilo renascentista, foi construído no Século XVI |
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Nos antiquários é possível aprender um pouco mais sobre a história e a cultura de um país |
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Lindas cerâmicas com motivos poloneses encerram esta postagem - Cześć! |
Parabéns, Lisete Göller. Fotos lindas, descritas de forma clara, objetiva e envolvente. Obrigada por partilhar conosco. Abraços.
ResponderExcluirObrigada! Pena que não deixaste o teu nome para melhor te agradecer. Abraço.
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