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quarta-feira, 14 de junho de 2023

Croácia - Split

 

Split com todas as letras!

Ao final da tarde de um sábado, chegamos a Split, a segunda maior cidade da Croácia. Como estava chovendo e ventava, o passeio de primeiro contato antes do jantar no restaurante do hotel foi descartado. Antes que caísse a noite, de passagem pela marina, vimos ao longe o Monte Marjan e o seu parque florestal, imergindo pouco a pouco na escuridão da noite.


Ao fundo, o Monte Marjan, situado na península da cidade de Split, sendo este rodeado pela cidade e pelo mar

No dia seguinte, pela manhã, saímos para conhecer Split. Antes, uma parada para olhar a parte da cidade onde estávamos hospedadas, através da sacada do quarto do hotel, com vista também para o Mar Adriático.


Imagem matinal do Mar Adriático


Vista parcial da parte moderna da cidade 


Rumo ao Centro Histórico de Split


Cruzando a Riva de Split, a ‘riviera’ ou orla marítima, ainda pouco movimentada pela manhã 

O surgimento de Split está associado ao Palácio de Diocleciano, que foi erguido por este imperador romano no Século IV na região onde nasceu, a fim de retirar-se após a sua abdicação. Diocleciano foi o maior perseguidor dos cristãos dentre os imperadores, aqueles martirizados por não seguirem o culto romano. Hoje em dia, restam apenas vestígios do palácio fortificado. Sobressaem nas características estéticas e construtivas, o emprego de materiais como o granito vermelho, além de estátuas de origem egípcia, as esfinges, relacionadas com a passagem do soberano pelo Egito. Dentro do seu perímetro cercado por muros, havia antigamente santuários, centenas de construções e ruas planejadas, que abrigava uma população de milhares de pessoas. O palácio faz parte do Patrimônio da UNESCO.


Uma ilustração de Ernest Hébrard em 1912 representando a aparência original do Palácio de Diocleciano – Fonte: Wikipedia

As entradas do palácio, que sobreviveram ao tempo, são o Portão Dourado ou Porta Áurea, que era a entrada norte do palácio e foi fechado, sendo que no lugar existe hoje a Igreja de São Martino; o Portão de Prata (parede leste), o Portão de Ferro (parede oeste) e o Portão de Bronze (parede sul). Este último portão é acessado através da Riva, que leva ao Podrumi, os porões do palácio.


Entrada pelo Portão de Bronze, que leva aos porões e às fundações do palácio, as quais sustentavam os andares superiores 

O porão construído no subsolo servia também para entrar no palácio por via fluvial. Além disso, modernamente, fez parte de cenas da Cidade de Meereen no seriado Game of Thrones. O local sedia exposições de arte, concertos, além de outras atividades, onde antigamente eram espaços para a produção e preservação de vinhos. Há, ainda, as lojinhas de souvenires...


Percorrendo os porões do Palácio do Imperador Diocleciano (ao centro)

O corredor dos porões leva ao Peristilo, a área central do palácio, que, por sua vez, conecta-se com a Riva. O peristilo é formado por um pátio rodeado por colunas, constituindo-se pelas fachadas de três monumentos: o vestíbulo dos apartamentos privados, o pórtico do Mausoléu e a fachada do Templo de Júpiter.


O Peristilo do Palácio de Diocleciano

O Mausoléu, que fica no lado leste do Peristilo, apresenta uma estrutura octogonal, contendo a cripta na qual teria sido sepultado o Imperador Diocleciano, mas não há certeza de tal fato. Após a queda de Roma, os restos do Imperador Diocleciano teriam sido jogados no Mar Adriático. O Mausoléu sobreviveu graças à sua transformação posterior em igreja, que é atualmente a Catedral de São Dômnio ou St. Duje, o santo padroeiro de Split, que foi martirizado por Diocleciano.  À sua frente destaca-se a Torre dos Sinos, de estilo românico, com 57 m de altura. Esta catedral católica é considerada a mais antiga do mundo.


A Catedral de São Dômnio foi construída a partir do prédio do antigo Mausoléu, ao qual foi acrescentada a Torre dos Sinos no ano 1100


O Prothyrum, no lado sul do Peristilo, situado logo acima das escadas do porão, representa a entrada para o vestíbulo do imperador, decorada com três estátuas, sendo uma delas a do soberano

A entrada do Templo de Jupiter está voltada para o Peristilo, porém pouco restou da fachada com 4 colunas. A estátua de culto que nele havia era a de Júpiter, ao qual o templo foi dedicado. Na Idade Média, a cabeça da esfinge de granito negro que guardava a entrada foi decapitada pelos cristãos, tendo sido posteriormente transformado no Batistério de São João.


O antigo Templo de Júpiter tendo à frente a esfinge decapitada – Fonte: Wikipedia


Esfinge que foi preservada entre as colunas do Peristilo feita em granito negro


Fachada dos apartamentos privados do palácio


Centuriões ‘prendem’ os turistas para fotos (pagas) dramáticas... 


Fernanda e o gato frequentador do palácio!

Próximo à Catedral, situa-se o Portão de Prata, que fica no lado leste da antiga cidade. Este leva ao Pazar ou Mercado Verde de Split. O portão apresenta janelas em arco logo acima, tendo sofrido várias modificações ao longo do tempo.



O Portão de Prata (ao fundo)


O Portão de Ferro situa-se no lado oeste, próximo à Torre do Relógio


A Torre do Relógio, vista da Praça do Povo, tendo ao lado o Portão de Ferro


Torre preservada do Palácio de Diocleciano

Seguimos para a porta principal, o Portão Dourado ou Porta Áurea, no lado norte; através dele o imperador entrava no complexo de prédios do palácio.


O desenho ilustra uma reconstituição da Porta Áurea (Wikipedia), com a imagem atual da mesma e das muralhas do antigo palácio vistas do lado externo 

Na área externa do palácio, encontra-se a estátua de Gregório de Nin, o renegado. Gregório foi um bispo do Século X, que ousou dispensar o latim nas missas, em favor da língua croata. A estátua é obra do escultor croata Ivan Meštrović e realizada no ano de 1929. A tradição reza esfregar o dedão do pé da estátua para ter sorte!


Estátua do bispo Gregório de Nin

Seguimos até a Praça do Povo ou Narodni, um dos pontos mais movimentados da cidade, próxima ao Portão de Ferro. Além de bares, restaurantes e cafés, há prédios interessantes, como a Torre do Relógio e o prédio da Prefeitura.


O prédio da Prefeitura de Split foi construído no Século XV


A Torre do Relógio Praça do Povo data do Século XV, contendo partes de um antigo relógio de sol medieval


Estátua do poeta renascentista croata Marko Marulo, considerado o pai da literatura da língua croata, localizada na Praça das Frutas


Uma parada para admirar uma colônia de gatos no centro de Split, que havia sido alimentada por um local


O Museu do Game of Thrones, com um dragão na entrada, apresenta cenas das gravações, objetos, armas e fantasias usadas nos filmes


Loja de venda de objetos do Game of Thrones


Loja da Rubber Duck Shop de Split, que vende patos de borracha de todos os tipos, formas e tamanhos!


Hora de voltar para a Riva de Split para almoçar...


Na Brasserie On 7, um prato típico da culinária croata: a Buzara, nome local para ensopado, com mexilhões, azeite, alho, vinho, alcaparras e acompanhado de pão e o espumante Pol Remy Brut


O meu prato escolhido: Seafood Risotto!


Seguindo a minha saga das cidras, pedi uma local, que se revelou numa agradável surpresa: chamava-se Buzdovan Apple & Elderflower, que é a flor de sabugueiro, um arbusto com flores brancas e bagas pretas, que confere um aroma e sabor floral à bebida, sendo produzida em Zagreb, a Capital da Croácia


Split é considerada uma cidade verde e fotografei este curioso veículo para passeios turísticos, tracionado por uma bicicleta elétrica


À tarde, seguimos viagem até a Bosnia-Herzegovina!




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