|
Split com todas as letras! |
Ao
final da tarde de um sábado, chegamos a Split, a segunda maior cidade da
Croácia. Como estava chovendo e ventava, o passeio de primeiro contato antes do
jantar no restaurante do hotel foi descartado. Antes que caísse a noite, de
passagem pela marina, vimos ao longe o Monte Marjan e o seu parque florestal, imergindo
pouco a pouco na escuridão da noite.
|
Ao fundo, o Monte Marjan, situado na península da cidade de Split, sendo este rodeado pela cidade e pelo mar |
No
dia seguinte, pela manhã, saímos para conhecer Split. Antes, uma parada para olhar
a parte da cidade onde estávamos hospedadas, através da sacada do quarto do
hotel, com vista também para o Mar Adriático.
|
Imagem matinal do Mar Adriático |
|
Vista parcial da parte moderna da cidade |
|
Rumo ao Centro Histórico de Split |
|
Cruzando a Riva de Split, a ‘riviera’ ou orla marítima, ainda pouco movimentada pela manhã |
O
surgimento de Split está associado ao Palácio de Diocleciano, que foi erguido
por este imperador romano no Século IV na região onde nasceu, a fim de
retirar-se após a sua abdicação. Diocleciano foi o maior perseguidor dos
cristãos dentre os imperadores, aqueles martirizados por não seguirem o culto
romano. Hoje em dia, restam apenas vestígios do palácio fortificado. Sobressaem
nas características estéticas e construtivas, o emprego de materiais como o
granito vermelho, além de estátuas de origem egípcia, as esfinges, relacionadas
com a passagem do soberano pelo Egito. Dentro do seu perímetro cercado por
muros, havia antigamente santuários, centenas de construções e ruas planejadas,
que abrigava uma população de milhares de pessoas. O palácio faz parte do
Patrimônio da UNESCO.
|
Uma ilustração de Ernest Hébrard em 1912 representando a aparência original do Palácio de Diocleciano – Fonte: Wikipedia |
As
entradas do palácio, que sobreviveram ao tempo, são o Portão Dourado ou Porta
Áurea, que era a entrada norte do palácio e foi fechado, sendo que no lugar
existe hoje a Igreja de São Martino; o Portão de Prata (parede leste), o Portão
de Ferro (parede oeste) e o Portão de Bronze (parede sul). Este último portão é
acessado através da Riva, que leva ao Podrumi, os porões do palácio.
|
Entrada pelo Portão de Bronze, que leva aos porões e às fundações do palácio, as quais sustentavam os andares superiores |
O
porão construído no subsolo servia também para entrar no palácio por via
fluvial. Além disso, modernamente, fez parte de cenas da Cidade de Meereen no
seriado Game of Thrones. O local sedia exposições de arte, concertos, além de
outras atividades, onde antigamente eram espaços para a produção e preservação
de vinhos. Há, ainda, as lojinhas de souvenires...
|
Percorrendo os porões do Palácio do Imperador Diocleciano (ao centro) |
O
corredor dos porões leva ao Peristilo, a área central do palácio, que, por sua
vez, conecta-se com a Riva. O peristilo é formado por um pátio rodeado por
colunas, constituindo-se pelas fachadas de três monumentos: o vestíbulo dos
apartamentos privados, o pórtico do Mausoléu e a fachada do Templo de Júpiter.
|
O Peristilo do Palácio de Diocleciano |
O
Mausoléu, que fica no lado leste do Peristilo, apresenta uma estrutura
octogonal, contendo a cripta na qual teria sido sepultado o Imperador
Diocleciano, mas não há certeza de tal fato. Após a queda de Roma, os restos do
Imperador Diocleciano teriam sido jogados no Mar Adriático. O Mausoléu
sobreviveu graças à sua transformação posterior em igreja, que é atualmente a
Catedral de São Dômnio ou St. Duje, o santo padroeiro de Split, que foi
martirizado por Diocleciano. À sua
frente destaca-se a Torre dos Sinos, de estilo românico, com 57 m de altura. Esta
catedral católica é considerada a mais antiga do mundo.
|
A Catedral de São Dômnio foi construída a partir do prédio do antigo Mausoléu, ao qual foi acrescentada a Torre dos Sinos no ano 1100 |
|
O Prothyrum, no lado sul do Peristilo, situado logo acima das escadas do porão, representa a entrada para o vestíbulo do imperador, decorada com três estátuas, sendo uma delas a do soberano |
A
entrada do Templo de Jupiter está voltada para o Peristilo, porém pouco restou
da fachada com 4 colunas. A estátua de culto que nele havia era a de Júpiter,
ao qual o templo foi dedicado. Na Idade Média, a cabeça da esfinge de granito
negro que guardava a entrada foi decapitada pelos cristãos, tendo sido
posteriormente transformado no Batistério de São João.
|
O antigo Templo de Júpiter tendo à frente a esfinge decapitada – Fonte: Wikipedia |
|
Esfinge que foi preservada entre as colunas do Peristilo feita em granito negro |
|
Fachada dos apartamentos privados do palácio |
|
Centuriões ‘prendem’ os turistas para fotos (pagas) dramáticas... |
|
Fernanda e o gato frequentador do palácio! |
Próximo
à Catedral, situa-se o Portão de Prata, que fica no lado leste da antiga
cidade. Este leva ao Pazar ou Mercado Verde de Split. O portão apresenta
janelas em arco logo acima, tendo sofrido várias modificações ao longo do tempo.
|
O Portão de Prata (ao fundo) |
|
O Portão de Ferro situa-se no lado oeste, próximo à Torre do Relógio |
|
A Torre do Relógio, vista da Praça do Povo, tendo ao lado o Portão de Ferro |
|
Torre preservada do Palácio de Diocleciano |
Seguimos
para a porta principal, o Portão Dourado ou Porta Áurea, no lado norte; através
dele o imperador entrava no complexo de prédios do palácio.
|
O desenho ilustra uma reconstituição da Porta Áurea (Wikipedia), com a imagem atual da mesma e das muralhas do antigo palácio vistas do lado externo |
Na
área externa do palácio, encontra-se a estátua de Gregório de Nin, o renegado.
Gregório foi um bispo do Século X, que ousou dispensar o latim nas missas, em
favor da língua croata. A estátua é obra do escultor croata Ivan Meštrović e realizada
no ano de 1929. A tradição reza esfregar o dedão do pé da estátua para ter sorte!
|
Estátua do bispo Gregório de Nin |
Seguimos
até a Praça do Povo ou Narodni, um dos pontos mais movimentados da cidade, próxima
ao Portão de Ferro. Além de bares, restaurantes e cafés, há prédios
interessantes, como a Torre do Relógio e o prédio da Prefeitura.
|
O prédio da Prefeitura de Split foi construído no Século XV |
|
A Torre do Relógio Praça do Povo data do Século XV, contendo partes de um antigo relógio de sol medieval |
|
Estátua do poeta renascentista croata Marko Marulo, considerado o pai da literatura da língua croata, localizada na Praça das Frutas |
|
Uma parada para admirar uma colônia de gatos no centro de Split, que havia sido alimentada por um local |
|
O Museu do Game of Thrones, com um dragão na entrada, apresenta cenas das gravações, objetos, armas e fantasias usadas nos filmes |
|
Loja de venda de objetos do Game of Thrones |
|
Loja da Rubber Duck Shop de Split, que vende patos de borracha de todos os tipos, formas e tamanhos! |
|
Hora de voltar para a Riva de Split para almoçar... |
|
Na Brasserie On 7, um prato típico da culinária croata: a Buzara, nome local para ensopado, com mexilhões, azeite, alho, vinho, alcaparras e acompanhado de pão e o espumante Pol Remy Brut |
|
O meu prato escolhido: Seafood Risotto! |
|
Seguindo a minha saga das cidras, pedi uma local, que se revelou numa agradável surpresa: chamava-se Buzdovan Apple & Elderflower, que é a flor de sabugueiro, um arbusto com flores brancas e bagas pretas, que confere um aroma e sabor floral à bebida, sendo produzida em Zagreb, a Capital da Croácia |
|
Split é considerada uma cidade verde e fotografei este curioso veículo para passeios turísticos, tracionado por uma bicicleta elétrica |
À
tarde, seguimos viagem até a Bosnia-Herzegovina!
ostei muito, tive uma mostra histórica do local!
ResponderExcluir