A
Croácia é um dos países dos Bálcãs, denominação da cordilheira situada na região sudeste da Europa, fazendo fronteira com vários países, como
a Eslovênia e a Bósnia-Herzegovina, os quais fazem parte do roteiro de nossa
viagem deste ano. A Croácia é banhada pelo Mar Adriático, que se estende ao
longo de sua extensa e recortada costa, banhando as 1.244 ilhas, e tornando o
país ainda mais bonito e cativante.
Com
a chegada dos croatas, um grupo étnico eslavo, na costa do Adriático, tornou-se
reino desde o ano de 925, até o final do Século XI, quando foi governada por
reis húngaros. Depois da invasão dos otomanos, a parte sul veio a pertencer a
estes. Após o final da I Guerra, fez parte da Iugoslávia, assim como a
Eslovênia e a Sérvia. Muitos conflitos e dificuldades ao longo do tempo se
sucederam, dentre eles a II Guerra, mas somente em 1992 foi reconhecida a
independência da Croácia, tendo o país recuperado os antigos territórios que havia
perdido.
ZAGREB
 |
Vista panorâmica de Zagreb do mirante da Promenade Strossmayer |
Ao
final do dia, depois de deixarmos para trás a Eslovênia, chegamos à Capital croata
Zagreb. Na manhã seguinte, fizemos um tour pela cidade. A arquitetura reinante reflete
os dias de glória do antigo Império Austro-Húngaro, do qual fez parte. Zagreb
era dividida em dois vilarejos: o Kaptol, na Cidade Alta (Gornji), habitado por
clérigos e o Gradec, na Cidade Baixa (Donji Grad), habitado por mercadores e
artesãos. A divisão se dava por conta de um regato que ali havia, mas hoje foi
substituído pela Rua Tkalciceva (Tkalčićeva), sempre animada com seus cafés e
comércios agitados.
Começamos
o passeio pela imensa área verde chamada Trg Kralja Tomislava, ou Praça do Rei
Tomislav, no centro da Cidade Baixa, onde se encontra a estátua equestre do Rei
Tomislav, o primeiro rei da Croácia, que reinou entre os anos de 925 e 928. Na
Cidade Baixa, percebe-se a influência austríaca na arquitetura e na vegetação,
com plantas e flores preenchendo as ruas e avenidas.
 |
Estátua do Rei Tomislav no centro da praça |
No
lado norte da praça, vemos o belíssimo prédio do Pavilhão de Arte de Zagreb,
construído em 1897, sendo a galeria de arte mais antiga do sudeste da Europa.
Apresenta obras de artistas de todos os períodos e estilos.
 |
O Pavilhão de Arte de Zagreb |
No
lado sul, encontra-se principal Estação Ferroviária da cidade e a maior da
Croácia. Construída no estilo neoclássico, foi inaugurada em 1892, tendo sido a
construção autorizada pelo então Governo Real Húngaro.
 |
A Estação Ferroviária de Zagreb |
Na área central da cidade, encontramos ainda a Praça Zrinjevac, que
proporciona agradáveis momentos de lazer aos habitantes e turistas.
 |
A Praça Zrinjevac, com seu comércio de rua |
O
Arquivo Estatal Croata é um dos mais belos prédios no estilo Art Nouveau da
Europa. Na sua origem, foi construído em 1913, como a Biblioteca Nacional e
Universitária. Atualmente abriga documentos que remontam ao Século XVII.
 |
O Arquivo Estatal Croata no estilo Art Nouveau localiza-se no centro da Cidade Baixa de Zagreb |
Passamos
por outra praça central, que se chama Praça Starcevic. No seu centro, existe um
grande jardim, rodeado de árvores e uma grande fonte central. Destaca-se nesta
área o imponente prédio do Hotel Esplanade.
 |
Vista parcial da Praça Starcevic |
 |
O Hotel Esplanade com a agradável vista da Praça Starcevic |
Seguimos
para a Cidade Alta, começando pela Praça Ban Jelačić, a zona piedonal ou
calçadão da Capital, cujo nome foi dado em homenagem a Ban Josip Jelačić, o
herói nacional da Croácia. No centro da praça, vemos a estátua deste grande
herói. É a praça mais movimentada de Zagreb, com lojas, cafés e restaurantes,
revelando uma arquitetura rica em seus prédios.
 |
A Praça Ban Jelačić com a estátua de Ban Josip ao centro |
 |
Passando pela praça um dos bondes (trams) azuis de Zagreb |
 |
Tempo de primavera chuvosa em meados de maio... |
 |
Nas proximidades da praça, conhecemos a maquete de Zagreb forjada em Bronze |
Seguindo
para o bairro Kaptol, na área da Cidade Alta, chegamos à Catedral de Zagreb,
uma imponente construção no estilo neogótico, cujo início da construção ocorreu
em 1093. No ano de 1880, sofreu sérias avarias com a ocorrência de um
terremoto, que exigiu uma ampla reconstrução. No ano de 2020, um novo terremoto
danificou uma de suas torres, sendo necessárias novas intervenções. É a sede da
Arquidiocese de Zagreb. A catedral é dedicada à Assunção da Virgem Maria, Santo
Estevão e São Ladislau.
 |
Na época desta viagem a Catedral de Zagreb, esta passava por reformas, sendo vedado o acesso interno à mesma; na foto vemos o Monumento à Assunção da Virgem Maria e o grupo de colegas da Lielu Turismo |
Perto da Catedral, situada na Praça Kaptol, limite para a Cidade Baixa,
encontramos o tradicional Mercado Dolac, que comercializa frutas, verduras,
carnes e flores. Compõe-se de inúmeras bancas protegidas por guarda-sóis
quadrados vermelhos. Funciona pela manhã, até o meio-dia, sendo muito freqüentada
por moradores e turistas.
 |
O Mercado Dolac no começo da manhã |
Quando
percorríamos a Rua Radiceva, paramos em frente à loja Kravate, para ver e ouvir
a história sobre a gravata, que nasceu na Croácia. Durante a Guerra dos 30
Anos, soldados croatas foram à França prestar serviço ao Rei Luís XIV. Era um
regimento de cavalaria chamado Royal Cravat (Croatas Reais), que usavam um
lenço vermelho amarrado no pescoço. O fato causou alvoroço, tanto que o próprio
rei mandou fazê-las e passou a usá-las com suas vestimentas reais. Mas a
história é ainda mais antiga. Diz a lenda, que as esposas e namoradas ofereciam
lenços vermelhos aos seus amados soldados, para que estes dessem sorte a eles!
 |
Um souvenir para levar para casa ou dar de presente para alguém! |
 |
Na Rua Kamenita encontra-se a estátua de São Jorge, uma obra dos austríacos Kompatscher e Winder e foi um presente da família Mazuranic à Zagreb no início do século XX |
Na
mesma rua, chegamos aos Portões de Pedra (Kamenita Vrata) do Século XIII. Os
edifícios em forma de torre ganharam a forma atual em 1760. O portal norte e o
ocidental faziam parte das 6 entradas do sistema de segurança da parte antiga
da cidade chamada Gradec, tendo restado somente estes. Estivemos no portal
norte. Na passagem por ele, existe uma capela dedicada à Madre de Deus da Porta
de Pedra, padroeira da cidade de Zagreb, cuja imagem sobreviveu ao incêndio do
ano de 1731. Nas paredes internas, vêem-se placas de fiéis agradecendo as
graças recebidas. No local existe, ainda, uma estátua de Santo Antonio, tendo
na parede atrás da imagem dezenas de placas de agradecimento.
 |
A Capela da Madre de Deus da Porta de Pedra |
Seguimos
até a Praça de São Marcos, na chamada Cidade Alta, que consiste num amplo espaço
onde se encontra a Igreja de São Marcos e os prédios do Parlamento Croata e do
Tribunal Constitucional da Croácia. A igreja original foi construída no Século
XIII no estilo românico, sendo reconstruída no Século XIV com a inclusão de
elementos característicos do gótico tardio. O que chama a atenção de imediato é
o colorido do telhado, predominando as cores branca, vermelha e azul, que decoram
o brasão de Zagreb e o do antigo Reino da Croácia.
 |
A Igreja de São Marcos passando por reparos na parte externa na época da visita |
O
edifício do Parlamento Croata, à direita da igreja, foi construído em 1908 e
localiza-se em frente ao Palácio de Ban, que é a sede do legislativo croata.
 |
O prédio do Parlamento Croata |
O
prédio Banski Dvori ou ‘Tribunal da Proibição’ é um edifício histórico que
serviu de residência dos vice-reis (bans) croatas. Foi erigido no estilo
barroco, na primeira metade do Século XIX. Abriga a sede do governo croata,
porém o Presidente da República transferiu sua residência para o Palácio
Presidencial.
 |
Prédio da sede do Governo da Croácia |
 |
Na frente da Praça de São Marcos, encontra-se uma estátua de Matija Gubec esculpida na parede, que foi um revolucionário croata e líder da Revolta Camponesa Croata-Eslovena do ano de 1573 |
Na
Cidade Alta, não poderia faltar uma visita ao Strossmayer Promenade, a
Montmartre croata. O Passeio foi projetado em meados do Século XIX e segue ao
longo do percurso das ruínas medievais de Zagreb. Além de um parque, possui um
mirante através do qual podemos admirar a Cidade Baixa. O nosso trajeto foi feito
pelas escadas entre a Ilica Street e a pietonal ou calçadão Strossmayer, mas o
trajeto pode ser feito de funicular de forma rápida e barata.
 |
Vista panorâmica de Zagreb através da Promenade (Passeio) Strossmayer, que se estende ao longo das ruínas das muralhas da cidade |
 |
Visto do alto o calçadão Strossmayer (centro) e o detalhe dos trilhos do funicular (à direita) |
 |
Os produtos croatas para se levar na mala: chocolates, biscoitos Domacica, azeites com trufas, molhos e pastas com trufas, Rakija (destilado de frutas), os Licitar (biscoitos comestíveis ou para enfeite em formato de coração), produtos naturais com diversas fragrâncias, como a lavanda (um dos principais produtos de exportação), gravatas, lembrancinhas coloridas de porcelana, bordados e rendas... |
 |
Próximo à Catedral, almoçamos na Pizzeria & Spaghetteria Capuciner; no cardápio: Ravioli ai Tartuffi e Carciofi (bijeli umak, krema od tartufa, articoke) e Ožujsko pivô (cerveja croata lager); File od Lososa Capuciner (natas, espinafre, salmão), Somersby Apple Cider, produzida pela Carlsberg Croatia |
 |
Jantar de despedida de Zagreb no restaurante do Hotel Antunovic |
 |
De volta às estradas da Croácia, paramos num hotel café e restaurante no meio do caminho, onde ficamos admiradas com este preparo culinário local: porco no rolete, que aroma delicioso! |
 |
Lindas paisagens nos aguardavam até chegarmos aos lagos Plitvice, como a deste vilarejo junto ao rio, com cascatas e casas típicas com chaminés fumegando... |
Nenhum comentário:
Postar um comentário