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domingo, 18 de junho de 2023

Croácia - Zagreb


A Croácia é um dos países dos Bálcãs, denominação da cordilheira situada na região sudeste da Europa, fazendo fronteira com vários países, como a Eslovênia e a Bósnia-Herzegovina, os quais fazem parte do roteiro de nossa viagem deste ano. A Croácia é banhada pelo Mar Adriático, que se estende ao longo de sua extensa e recortada costa, banhando as 1.244 ilhas, e tornando o país ainda mais bonito e cativante.

Com a chegada dos croatas, um grupo étnico eslavo, na costa do Adriático, tornou-se reino desde o ano de 925, até o final do Século XI, quando foi governada por reis húngaros. Depois da invasão dos otomanos, a parte sul veio a pertencer a estes. Após o final da I Guerra, fez parte da Iugoslávia, assim como a Eslovênia e a Sérvia. Muitos conflitos e dificuldades ao longo do tempo se sucederam, dentre eles a II Guerra, mas somente em 1992 foi reconhecida a independência da Croácia, tendo o país recuperado os antigos territórios que havia perdido.


ZAGREB


Vista panorâmica de Zagreb do mirante da Promenade Strossmayer

Ao final do dia, depois de deixarmos para trás a Eslovênia, chegamos à Capital croata Zagreb. Na manhã seguinte, fizemos um tour pela cidade. A arquitetura reinante reflete os dias de glória do antigo Império Austro-Húngaro, do qual fez parte. Zagreb era dividida em dois vilarejos: o Kaptol, na Cidade Alta (Gornji), habitado por clérigos e o Gradec, na Cidade Baixa (Donji Grad), habitado por mercadores e artesãos. A divisão se dava por conta de um regato que ali havia, mas hoje foi substituído pela Rua Tkalciceva (Tkalčićeva), sempre animada com seus cafés e comércios agitados. 


Começamos o passeio pela imensa área verde chamada Trg Kralja Tomislava, ou Praça do Rei Tomislav, no centro da Cidade Baixa, onde se encontra a estátua equestre do Rei Tomislav, o primeiro rei da Croácia, que reinou entre os anos de 925 e 928. Na Cidade Baixa, percebe-se a influência austríaca na arquitetura e na vegetação, com plantas e flores preenchendo as ruas e avenidas.



Estátua do Rei Tomislav no centro da praça

No lado norte da praça, vemos o belíssimo prédio do Pavilhão de Arte de Zagreb, construído em 1897, sendo a galeria de arte mais antiga do sudeste da Europa. Apresenta obras de artistas de todos os períodos e estilos.


 

O Pavilhão de Arte de Zagreb 

No lado sul, encontra-se principal Estação Ferroviária da cidade e a maior da Croácia. Construída no estilo neoclássico, foi inaugurada em 1892, tendo sido a construção autorizada pelo então Governo Real Húngaro.



A Estação Ferroviária de Zagreb 

Na área central da cidade, encontramos ainda a Praça Zrinjevac, que proporciona agradáveis momentos de lazer aos habitantes e turistas.



A Praça Zrinjevac, com seu comércio de rua

O Arquivo Estatal Croata é um dos mais belos prédios no estilo Art Nouveau da Europa. Na sua origem, foi construído em 1913, como a Biblioteca Nacional e Universitária. Atualmente abriga documentos que remontam ao Século XVII.



O Arquivo Estatal Croata no estilo Art Nouveau localiza-se no centro da Cidade Baixa de Zagreb

Passamos por outra praça central, que se chama Praça Starcevic. No seu centro, existe um grande jardim, rodeado de árvores e uma grande fonte central. Destaca-se nesta área o imponente prédio do Hotel Esplanade.



Vista parcial da Praça Starcevic 


O Hotel Esplanade com a agradável vista da Praça Starcevic

Seguimos para a Cidade Alta, começando pela Praça Ban Jelačić, a zona piedonal ou calçadão da Capital, cujo nome foi dado em homenagem a Ban Josip Jelačić, o herói nacional da Croácia. No centro da praça, vemos a estátua deste grande herói. É a praça mais movimentada de Zagreb, com lojas, cafés e restaurantes, revelando uma arquitetura rica em seus prédios.



A Praça Ban Jelačić com a estátua de Ban Josip ao centro


Passando pela praça um dos bondes (trams) azuis de Zagreb


Tempo de primavera chuvosa em meados de maio...


Nas proximidades da praça, conhecemos a maquete de Zagreb forjada em Bronze

Seguindo para o bairro Kaptol, na área da Cidade Alta, chegamos à Catedral de Zagreb, uma imponente construção no estilo neogótico, cujo início da construção ocorreu em 1093. No ano de 1880, sofreu sérias avarias com a ocorrência de um terremoto, que exigiu uma ampla reconstrução. No ano de 2020, um novo terremoto danificou uma de suas torres, sendo necessárias novas intervenções. É a sede da Arquidiocese de Zagreb. A catedral é dedicada à Assunção da Virgem Maria, Santo Estevão e São Ladislau.



Na época desta viagem a Catedral de Zagreb, esta passava por reformas, sendo vedado o acesso interno à mesma; na foto vemos o Monumento à Assunção da Virgem Maria e o grupo de colegas da Lielu Turismo 

Perto da Catedral, situada na Praça Kaptol, limite para a Cidade Baixa, encontramos o tradicional Mercado Dolac, que comercializa frutas, verduras, carnes e flores. Compõe-se de inúmeras bancas protegidas por guarda-sóis quadrados vermelhos. Funciona pela manhã, até o meio-dia, sendo muito freqüentada por moradores e turistas. 


O Mercado Dolac no começo da manhã

Quando percorríamos a Rua Radiceva, paramos em frente à loja Kravate, para ver e ouvir a história sobre a gravata, que nasceu na Croácia. Durante a Guerra dos 30 Anos, soldados croatas foram à França prestar serviço ao Rei Luís XIV. Era um regimento de cavalaria chamado Royal Cravat (Croatas Reais), que usavam um lenço vermelho amarrado no pescoço. O fato causou alvoroço, tanto que o próprio rei mandou fazê-las e passou a usá-las com suas vestimentas reais. Mas a história é ainda mais antiga. Diz a lenda, que as esposas e namoradas ofereciam lenços vermelhos aos seus amados soldados, para que estes dessem sorte a eles!



Um souvenir para levar para casa ou dar de presente para alguém!


Na Rua Kamenita encontra-se a estátua de São Jorge, uma obra dos austríacos Kompatscher e Winder e foi um presente da família Mazuranic à Zagreb no início do século XX

Na mesma rua, chegamos aos Portões de Pedra (Kamenita Vrata) do Século XIII. Os edifícios em forma de torre ganharam a forma atual em 1760. O portal norte e o ocidental faziam parte das 6 entradas do sistema de segurança da parte antiga da cidade chamada Gradec, tendo restado somente estes. Estivemos no portal norte. Na passagem por ele, existe uma capela dedicada à Madre de Deus da Porta de Pedra, padroeira da cidade de Zagreb, cuja imagem sobreviveu ao incêndio do ano de 1731. Nas paredes internas, vêem-se placas de fiéis agradecendo as graças recebidas. No local existe, ainda, uma estátua de Santo Antonio, tendo na parede atrás da imagem dezenas de placas de agradecimento.



A Capela da Madre de Deus da Porta de Pedra 

Seguimos até a Praça de São Marcos, na chamada Cidade Alta, que consiste num amplo espaço onde se encontra a Igreja de São Marcos e os prédios do Parlamento Croata e do Tribunal Constitucional da Croácia. A igreja original foi construída no Século XIII no estilo românico, sendo reconstruída no Século XIV com a inclusão de elementos característicos do gótico tardio. O que chama a atenção de imediato é o colorido do telhado, predominando as cores branca, vermelha e azul, que decoram o brasão de Zagreb e o do antigo Reino da Croácia.



A Igreja de São Marcos passando por reparos na parte externa na época da visita

O edifício do Parlamento Croata, à direita da igreja, foi construído em 1908 e localiza-se em frente ao Palácio de Ban, que é a sede do legislativo croata.


O prédio do Parlamento Croata

O prédio Banski Dvori ou ‘Tribunal da Proibição’ é um edifício histórico que serviu de residência dos vice-reis (bans) croatas. Foi erigido no estilo barroco, na primeira metade do Século XIX. Abriga a sede do governo croata, porém o Presidente da República transferiu sua residência para o Palácio Presidencial.



Prédio da sede do Governo da Croácia


Na frente da Praça de São Marcos, encontra-se uma estátua de Matija Gubec esculpida na parede, que foi um revolucionário croata e líder da Revolta Camponesa Croata-Eslovena do ano de 1573

Na Cidade Alta, não poderia faltar uma visita ao Strossmayer Promenade, a Montmartre croata. O Passeio foi projetado em meados do Século XIX e segue ao longo do percurso das ruínas medievais de Zagreb. Além de um parque, possui um mirante através do qual podemos admirar a Cidade Baixa. O nosso trajeto foi feito pelas escadas entre a Ilica Street e a pietonal ou calçadão Strossmayer, mas o trajeto pode ser feito de funicular de forma rápida e barata.



Vista panorâmica de Zagreb através da Promenade (Passeio) Strossmayer, que se estende ao longo das ruínas das muralhas da cidade


Visto do alto o calçadão Strossmayer (centro) e o detalhe dos trilhos do funicular (à direita)


Os produtos croatas para se levar na mala: chocolates, biscoitos Domacica, azeites com trufas, molhos e pastas com trufas, Rakija (destilado de frutas), os Licitar (biscoitos comestíveis ou para enfeite em formato de coração), produtos naturais com diversas fragrâncias, como a lavanda (um dos principais produtos de exportação), gravatas, lembrancinhas coloridas de porcelana, bordados e rendas... 

Próximo à Catedral, almoçamos na Pizzeria & Spaghetteria Capuciner; no cardápio: Ravioli ai Tartuffi e Carciofi (bijeli umak, krema od tartufa, articoke) e Ožujsko pivô (cerveja croata lager); File od Lososa Capuciner (natas, espinafre, salmão), Somersby Apple Cider, produzida pela Carlsberg Croatia


Jantar de despedida de Zagreb no restaurante do Hotel Antunovic


De volta às estradas da Croácia, paramos num hotel café e restaurante no meio do caminho, onde ficamos admiradas com este preparo culinário local: porco no rolete, que aroma delicioso!


Lindas paisagens nos aguardavam até chegarmos aos lagos Plitvice, como a deste vilarejo junto ao rio, com cascatas e casas típicas com chaminés fumegando... 



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