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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Chile - Santiago do Chile

 

Sobrevoando a Cordilheira dos Andes! - Foto: Fernanda Göller

A República do Chile ocupa uma longa e estreita faixa territorial, que se estende desde a cordilheira dos Andes até o Oceano Pacífico, incluindo-se também os domínios ultramarinos, que são as Ilhas Desventuradas, o Arquipélago Juan Fernández e as ilhas da Polinésia, chamadas Sala Y Gómez e, a mais conhecida, Ilha de Páscoa. Historicamente, o Chile era habitado ao norte por membros da civilização inca, enquanto que, ao centro e ao sul, era ocupado pelo povo indígena Mapuche ou Araucanos, que resistiu bravamente ao domínio daqueles. Na época dos descobrimentos, a partir da chegada de Fernão de Magalhães às terras chilenas em 1520, sobreveio-lhe a conquista pelos espanhóis liderada por Diego de Almagro, situação esta que veio a perdurar até o ano de 1818, quando foi proclamada a República. Atualmente, o país ostenta o título de uma das economias mais estáveis da América do Sul, sendo que o turismo ocupa uma posição de destaque na economia do país.


Skyline da cidade de Santiago do Chile a partir do Cerro San Cristóbal – Foto: Lisete Göller

Ostentando o título de maior e mais importante cidade do país, Santiago foi fundada pelo conquistador espanhol Pedro de Valdívia, no ano de 1541, que lhe deu o nome do apóstolo Santiago, o patrono da Espanha. Ocupa uma posição privilegiada, situando-se dentro de um vale central, rodeada basicamente pelas montanhas da Cordilheira dos Andes, cobertas pela neve na estação invernal, e a Cordilheira da Costa.


Santiago do Chile contornada pela Cordilheira dos Andes  - Foto: Fernanda Göller

O Rio Mapocho, afluente do Rio Maipo, corta o seu território e o identificamos de imediato, quando acompanhamos o seu percurso ao longo da Avenida Providencia.


O Rio Mapocho, que atravessa a cidade de Santiago, nasce na Cordilheira dos Andes e deságua no Rio Maipo – Foto: Lisete Göller

PERCORRENDO O CENTRO


Como ponto de partida, começamos o passeio pelo Barrio La Bolsa, no centro de Santiago, cuja história remete ao Século XVI; a Calle Nueva York (esq.), faz ângulo com a Calle La Bolsa, onde encontramos o edifício da Bolsa de Valores de Santiago, que foi o primeiro a ser construído no ano de 1917 (centro); a bela fonte ornamenta o conjunto arquitetônico (dir.) – Fotos: Lisete Göller


Próxima à Calle Nueva York, encontra-se a Calle Bandera, uma rua colorida no centro da cidade, cujo nome vem do comerciante Pedro Chacón, que ali hasteava uma bandeira chilena, cada vez que as forças independentistas venciam – Foto: Lisete Göller


PLAZA DE LA CONSTITUCIÓN


A Plaza de La Constitución - Foto: Lisete Göller

Na Praça da Constituição, encontramos fontes de água, obeliscos, a pedra memorial, que marca o local onde os Carrera residiam, sendo esta uma família que teve importante participação na história do Chile, e cinco estátuas de personagens históricos, como a de Salvador Allende, na frente do prédio do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, e a de Diego Portales.


O Palacio de La Moneda - Foto: Lisete Göller

O nome do Palacio de La Moneda sugere-nos algo como a ‘Casa da Moeda’, o que inicialmente foi verdadeiro, quando o Chile ainda era uma colônia. Após este período, em 1846, o prédio passou a abrigar a Casa do Governador da República do Chile. Atualmente, é a sede da Presidência da República, além de secretarias e o Ministério do Interior. No estilo neoclássico italiano, projetado pelo arquiteto Joaquín Toesca, o prédio foi inaugurado no Século XVIII, sendo restaurado nas décadas de 1970 e 1980, pois sofreu bombardeios durante o golpe de estado, em que foi deposto e morto o presidente Salvador Allende. É possível percorrer os pátios interiores do palácio, que está situado no centro da cidade de Santiago, entre duas praças: a da Cidadania e a da Constituição.



Estátua de Salvador Allende na Praça da Constituição - Foto: Lisete Göller

A PLAZA DE ARMAS


A Plaza de Armas é o Marco Zero de Santiago - Foto: Lisete Göller

A Plaza de Armas foi construída em 1541 e passou por diversas mudanças ao longo de sua existência. Nesta grande área movimentada estão os prédios mais emblemáticos da cidade, como os da Catedral de Santiago, Prefeitura de Santiago, Museu Histórico Nacional e o edifício dos Correios.


A Catedral de Santiago, no estilo neoclássico, localiza-se na Plaza de Armas - Foto: Lisete Göller

Localizada na Plaza de Armas, a Catedral de Santiago, juntamente com o Palácio Arcebispal, faz parte dos Monumentos Nacionais do Chile. É o quinto templo construído, pois os outros prédios que antecederam a existência da atual Catedral, desde a fundação de Santiago por Pedro de Valdívia, desapareceram por conta de incêndios e terremotos que ocorreram na cidade. O templo atual de fachada neoclássica foi concebido por Joaquín Toesca, o arquiteto do Palácio de La Moneda, sendo iniciada a construção em 1748 e finalizada no ano de 1800, quando as torres laterais foram-lhe agregadas.



Percorrendo a nave central, no alto, vê-se pinturas bíblicas na abóbada central – Foto: Lisete Göller


A Capela do Santíssimo foi construída em 1901, pelo arquiteto italiano Ignacio Cremonesi – Foto: Lisete Göller


Ao fundo, vê-se o órgão de tubos, construído a pedido do Arcebispo Rafael Valentín Valdivieso, pela famosa Casa Flight & Son da Inglaterra, sendo ‘gêmeo’ do que existe na Catedral de São Paulo em Londres – Foto: Lisete Göller


Na foto vemos: (à esq.) o Museu Histórico Nacional, que abriga um acervo sobre a história de Santiago, que vai desde o período pré-hispânico até o Século XX, e foi declarado Monumento Nacional; (à dir.) o prédio da Prefeitura de Santiago, situado na parte norte da Plaza de Armas, é uma reconstrução do edifício anterior, destruído por terremotos, que data do ano de 1895, no estilo neoclássico – Foto: Lisete Göller


Na mesma praça, encontra-se o monumento de Simão Bolívar, o Libertador da América – Foto: Lisete Göller


Perto da Plaza de Armas, encontra-se o Palácio dos Tribunais de Justiça, no estilo neoclássico, onde se localiza a Suprema Corte do Chile – foto: Lisete Göller


Passagem pelo portão de acesso ao Cerro Santa Lucía, que infelizmente não visitamos, porque estava fechado na segunda-feira pela manhã, quando fizemos o passeio – Foto: Lisete Göller

O Cerro Santa Lucía é uma colina situada no coração de Santiago, que foi fundada aos seus pés, por Pedro de Valdívia no ano de 1541. De lá, podemos ter uma interessante vista panorâmica da cidade, incluindo-se o belo Castelo Hildalgo, que foi construído por Casimiro Marco del Pont, o último governador do Chile colonial.



Visita ao Mercado Central de Santiago – Foto: Lisete Göller

O Mercado Central, com arquitetura neoclássica, foi construído em 1872 e é o lugar ideal para saborear a gastronomia chilena. Além das bancas de flores, verduras, frutas, peixes e frutos do mar, há restaurantes para se deliciar com a boa comida! Situa-se na Calle San Pablo.


Detalhe do telhado de ferro fundido e uma estrutura de suporte, que foi fabricado pela empresa escocesa R. Laidlaw & Sons, de Glasgow, Escócia – Foto: Lisete Göller


No pátio do Mercado Central, encontra-se a estátua ‘La Niña de La Fuente de Agua’, que foi realizada pelo artista Carlos Lagarrigue, ao final do Século XIX; reza a tradição que se deve fazer um pedido nesta fonte, pois é símbolo de abundância e de desejos cumpridos – Foto: Lisete Göller


Frutas secas, algumas desconhecidas por nós – Foto: Lisete Göller


Frutas e verduras – Foto: Lisete Göller


Um pouco de tudo: lembrancinhas, vestuário, objetos folclóricos... – Foto: Lisete Göller


Almoço no restaurante El Galeón, especializado em peixes e frutos do mar – Foto: Lisete Göller


Sob forma de mulher, uma carranca, ou cabeça de proa, uma espécie de escultura que protegia os barcos dos perigos do mar; lembrou-nos as estátuas da casa de Neruda em Isla Negra – Foto: Lisete Göller


Um saxofonista alegrou o ambiente com suas músicas, algumas brasileiras, pois muitos turistas brasileiros frequentam os restaurantes do Mercado Central – Foto: Lisete Göller


Aquário das centollas, ou caranguejo-real, são típicas dos mares chilenos, especificamente das águas frias e profundas do Pacífico; o sabor da carne fica entre o caranguejo e a lagosta, um pouco adocicado e bem suave – Foto: Lisete Göller


O garçon escolheu a centolla e nos mostrou para aprovação; quando a centolla é escolhida é tocado o sino do ‘galeão’ – Foto: Lisete Göller


A centolla é cozida no vinho branco e chega inteira à mesa para o seu preparo; as patas e a carne do corpo dela são separadas e servidas, junto com uma porção de alho frito com azeite  - Foto: Lisete Göller


O prato típico mais famoso do Chile e, dizem, o mais caro! – Foto: Lisete Göller

BAIRRO PROVIDÊNCIA

Providência é um bairro residencial de classe alta e centro financeiro, que se integra à área urbana do centro de Santiago, que lhe é contígua. Reserva muitas atrações.


Parque República del Ecuador situado em Providência é um dos parques públicos da cidade, que faz parte da rede de áreas verdes, ao longo das margens do Rio Mapocho; a escultura é a do Gen. Eloy Alfaro, que foi presidente do Equador – Foto: Lisete Göller


SHOPPING COSTANERA CENTER

O Costanera Center é um conjunto de 4 edifícios, na interseção da Avenida Andrés Bello com a Avenida Nueva Tajamar, no Bairro Providencia. O projeto é do arquiteto argentino Cesar Pelli, sendo inaugurado em 2012. O edifício central possui uma altura de 300 metros e nele se encontra o Sky Costanera, o mirante mais alto da América Latina. Localiza-se no 62º andar do shopping, ocupando, na verdade, dois andares. O 61º andar é coberto e envidraçado, levando menos de um minuto de elevador para se chegar até lá.


A torre do Sky Costanera visto do Cerro San Cristóbal – Foto: Lisete Göller

Anexo à Gran Torre Santiago, encontra-se o centro comercial com 7 andares separados por categorias. Nele podemos encontrar, além das lojas comerciais, supermercados, praça de alimentação com vista panorâmica, centro de diversões, salas de cinema, hotéis, estacionamento, além de oferecer serviços como casa de câmbio, banco, entre outros.


Imagens da parte interna do Costanera Center – Foto: Lisete Göller


RESTAURANTE GIRATÓRIO 

Uma das atrações de Santiago é o Restaurante Giratório, elegante e contemporâneo, que oferece uma linda vista panorâmica da cidade, com destaque na Cordilheira dos Andes, instalado em cima de uma plataforma giratória, que vai mudando lentamente por cerca de uma hora, até completar o giro de 360º (a cozinha e o bar estão num ponto central fixo). O restaurante está situado no 18º andar do prédio situado na Av. Nueva Providencia, 2250, no bairro de mesmo nome. Do térreo, sobe-se por um elevador até o 16º andar, onde fica a recepção e, depois, se segue até o último andar, por um elevador exclusivo.


No dia de nosso almoço, havia chovido e, como se pode ver, a vista de Santiago não teve o colorido que almejávamos para a ocasião – Foto: Lisete Göller

O cardápio do restaurante apresenta pratos chilenos e internacionais, com destaque aos de peixes e frutos do mar, além de uma carta de vinhos, que contempla rótulos chilenos premiados. 


Comemorando o aniversário de Fernanda, tendo a surpresa de ouvir o fundo musical de um pianista


Risoto com frutos do mar, acompanhado por espumante do Vale del Maipo! – Foto: Lisete Göller


O primeiro Pisco Sour Chileno da viagem como aperitivo! – Foto: Fernanda Göller

BAIRRO LAS CONDES 

O bairro Las Condes situa-se à leste de Providência e oferece uma infraestrutura moderna e arborizada, porém de custo mais elevado. A sua localização permite um rápido acesso às estradas que levam às estações de ski, apresentando boa gastronomia e hospedagem. O nosso hotel localizava-se em Las Condes. As atrações são o Centro Artesanal Los Dominicos, o Observatório Nacional do Chile e o Parque Arauco.



Praça em Las Condes, onde se vê à direita o prédio da Universidade de Santiago - Foto: Lisete Göller

BAIRRO VITACURA 

O bairro Vitacura, situado ao norte de Las Condes e Providência, tem como atração principal o Parque Bicentenário, cuja área abrange 30 hectares, com dois lagos artificiais, com carpas e cisnes. Neste parque, encontra-se o restaurante Mestizo, um dos melhores restaurantes de Santiago, com vista privilegiada para o parque.


O belo Parque Bicentenário no bairro Vitacura; à esquerda vê-se uma parte de mesas ao ar livre do restaurante Mestizo – Foto: Fernanda Göller


Um oásis verde na área urbana do bairro – Fotos: Fernanda e Lisete Göller


Os papiros enriquecem e enfeitam a paisagem junto aos lagos – Foto: Lisete Göller


Há inúmeros cisnes que habitam os lagos do parque – Foto: Lisete Göller


BAIRRO RECOLETA 

No bairro Recoleta, as atrações principais  são o Parque Metropolitano de Santiago, com o Cerro San Cristóbal, e o bairro animado de Bellavista.


CERRO SAN CRISTOBAL 

A colina está localizada na região norte de Santiago, a 850 metros do nível do mar, sendo o segundo ponto mais alto da cidade. Nele está inserido o maior parque da cidade, o Parque Metropolitano, criado em 1870, o qual oferece vários terraços e mirantes para visitação. O acesso à colina é via funicular, que leva os turistas até o topo. O Zoológico Nacional do Chile, que era se localizava na primeira parada do funicular, não existe mais.



A chegada à estação do funicular foi feita pela Via Pio Nono, onde se encontra este castelo neomedieval, o Castillo Pío Nono, projetado pelo Arquiteto Luciano Kulczewski, que existe desde a inauguração em 1925; através dele chegamos à bilheteria e à entrada do funicular – Foto: Lisete Göller


Aguardando o funicular – Foto: Lisete Göller


Por coincidência, o nosso carro foi usado pelo Papa João Paulo II, em 01/04/1987, para ir até o santuário da Virgem Maria no topo do cerro e, de lá, para dar a benção apostólica a Santiago e a todo o Chile – Foto: Lisete Göller


Enquanto o funicular sobe, apreciamos a cidade e seu entorno, inserido numa área verde muito bonita – Foto: Lisete Göller  



Vista de Santiago desde o funicular – Foto: Fernanda Göller


A subida leva cerca de 10 minutos até o topo, vislumbrando-se a cidade de Santiago e as montanhas da Cordilheira dos Andes – Foto: Lisete Göller 


Na chegada, encontra-se a Plaza Caupolicán, onde funcionam o Café Tudor, inaugurado nos Anos 1930, sendo um restaurante e salão de chá, além de comércios, e quiosques, para a compra de souvenires – Foto: Lisete Göller


No cume encontra-se a estátua da Virgem Maria, La Inmaculada Concepción, construída em 1908, com 14 metros de altura; está apoiada num pedestal de 8 metros, dentro do qual há uma pequena capela, de onde o Papa João Paulo II abençoou a cidade de Santiago e o Chile – Foto: Lisete Göller



Depois de uma caminhada, chega-se à Estação Cumbre (cume), onde se faz a conexão do teleférico – Foto: Lisete Göller


Aguardando a hora de embarcar na cabine do teleférico – Foto Fernanda Göller


O passeio de teleférico é imperdível em Santiago – Fotos: Fernanda e Lisete Göller 


A estação final é a Estação Oásis, que dá para o acesso da Rua Pedro de Valdívia Norte; no caminho para essa estação, pode-se  fazer paradas, para ver o Jardim Japonês, os mirantes e praças que existem no trajeto – Foto: Lisete Göller

Chegando ao término do relato sobre o passeio a Santiago, quero destacar um aspecto das riquezas que existem no Chile. Trata-se da pedra lápis-lazúli, que apresenta uma bela cor azul, com inclusões douradas de pirita, que faz lembrar o ouro. Estas identificam a pedra como sendo genuína. Os preços das peças feitas com lápis-lazúli no Chile podem ser altos, dependendo da peça. Um metal que existe em abundância no Chile é o cobre, com o qual são feitas peças mais destacadas de bijuteria.



Joias e semijoias em ouro e lápis-lazúli, além de peças em cobre representam riquezas do Chile – Foto: Lisete Göller


Pela janela do avião, o voo de despedida sobre a Cordilheira dos Andes – Fotos: Fernanda Göller



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